Parte dos restos mortais localizados na cidade de Atalaia do Norte, no interior do Amazonas, sob suspeita de serem de Dom Phillips e do Indigenista Bruno Araújo Pereira, pertence sim ao jornalista britânico. A informação foi divulgada pela Polícia Federal na tarde desta sexta-feira (17).
Em nota, a Corporação informou que a confirmação foi feita com base no exame de arcada dentária do jornalista combinado com a Antropologia Forense.
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Ainda não há confirmação, no entanto, sobre a presença de material genético de Bruno Pereira. Os restos mortais seguem sob análise do Instituto Nacional de Criminalística, em Brasília, para onde foram levados na quinta (16).
"Encontram-se em curso os trabalhos para completa identificação dos remanescentes, para a compreensão das causas das mortes, assim como para indicação da dinâmica do crime e ocultação dos corpos", diz o posicionamento.
O material foi localizado depois que o suspeito do crime, identificado como Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como “Pelado”, de 41 anos, confessou o crime e indicou onde teria enterrado as vítimas. Dom e Bruno foram vistos com vida pela última vez no dia 5 de junho.
O restos mortais estavam cerca de 3,1 km de distância de onde itens pessoais do indigenista e do jornalista, como cartão de saúde e notebook, tinham sido encontrados dias atrás.
Como os corpos estão em estágio avançado de decomposição, os peritos estão fazendo exames de DNA para comparar os vestígios à genética de familiares de Bruno e de Dom, além de exames da arcada dentária.
Os resultados completos das análises devem sair em até 10 dias, segundo informações da Polícia Federal. A perícia também deve apontar qual foi a causa da morte deles, e se confere com a versão contada pelo suspeito.
De acordo com a PF, Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como “Pelado”, de 41 anos, contou em depoimento que as vítimas teriam sido mortas a tiros e os corpos esquartejados e enterrados.
O irmão dele, Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como Dos Santos, também segue preso suspeito de participação no caso. Outras três pessoas também são investigadas por envolvimento no crime.
Nesta sexta, a PF divulgou que um terceiro envolvido tem mandado de prisão em aberto e é procurado. Ele foi identificado como Jeferson da Silva Lima, conhecido como “Pelado da Dinha”.
Em nota, a Corporação pediu que "quem tiver alguma informação que venha contribuir com as
buscas, que comunique as autoridades imediatamente".
Na quinta-feira, a Polícia Federal cumpriu um mandado de busca e apreensão na casa de um dos suspeitos de envolvimento no crime, em Atalaia do Norte.
A motivação do crime ainda não foi definida, mas a PF apura se há relação com a atividade de pesca ilegal e tráfico de drogas na região. Segunda maior terra indígena do país, o Vale do Javari é palco de desmatamento e avanço do garimpo.
Na quarta-feira (15), além de confessar participação nos crimes, a PF disse que Amarildo também indicou onde afundou a embarcação que era usada por Bruno e Dom.
No entanto, segundo a PF, a embarcação que estava sendo usada pelos dois no dia do desaparecimento ainda não foi localizada, mesmo após a indicação do suspeito.
Outros resultados
Em nota divulgada na quinta-feira (16), a PF informou que das amostras de sangue coletadas no barco do suspeito foi obtido um perfil genético completo, de indivíduo do sexo masculino.
Esse material quando confrontando com os perfis genéticos de referência dos desaparecidos excluiu a possibilidade de ser proveniente de Dom Phillips.
Já a possibilidade de ser originada de Bruno ficou inconclusiva, sendo necessária a realização de exames complementares.
Em relação às vísceras encontradas no rio, apesar da compatibilidade com origem humana na análise macroscópica, não foi detectado DNA humano.
Conforme a PF, esse resultado pode ser devido à degradação do DNA ou à origem não humana da amostra, segundo os peritos.
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Redação iBahia
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