A Zara e o Shopping da Bahia, em Salvador, fecharam um acordo extrajudicial com Fernandes Junior, de 28 anos, homem negro que foi acusado de roubar uma mochila comprada por ele na loja. Com o acordo, ele não levará um processo judicial adiante e será indenizado.
Morador de São Francisco do Conde e nascido em Guiné-Bissau, Fernandes registrou boletim de ocorrência após ser acusado por uma atendente da Zara e por um segurança do Shopping da Bahia de ter roubado uma mochila que havia sido comprada por ele. O caso aconteceu no dia 28 de dezembro.
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Ao UOL, Thiago Thobias disse que o acordo foi celebrado no dia 7 de abril. "Em 22 anos atuando na defesa de vítimas de racismo, esse é um caso inédito pra mim por três motivos: é a primeira vez que eu vejo uma empresa tomar a iniciativa de fazer um acordo extrajudicial, realizar esse acordo em tempo recorde e ainda por cima indenizar a parte ofendida com um valor muito superior ao que a Justiça brasileira costuma arbitrar", declarou.
O termo de confidencialidade do acordo impede que as partes revelem o valor da indenização. Com o acordo, Luiz Fernandes Júnior se compromete a cessa qualquer ação indivual contra o shopping e a loja. No entanto, a Zara e o o centro de compras seguem respondendo na esfera cívil à ação coletiva pela Educafro. "É um processo por danos coletivos, pois entendemos que foram causados danos não somente aos indivíduos, mas a toda a comunidade negra", disse o diretor executivo da entidade, Frei David Santos, ao UOL.
Relembre o caso
A loja Zara, localizada no Shopping da Bahia, está sendo acusada de racismo. De acordo com informações do site Correio, um homem negro foi abordado por um segurança e o mesmo solicitou a revista da mochila do cliente, acusando-o de roubo.
O caso aconteceu nesta última terça-feira (28) e foi filmado por uma pessoa que passava no momento. Nas imagens, divulgadas nas redes sociais, é possível ver que a vítima abre a mochila, mostra os cartões, documentos e diz que tem condições de comprar o que quiser na loja.
A assessoria do Shopping da Bahia informou à época que um segurança do empreendimento foi acionado por representantes da loja, solicitando que o cliente retornasse. "Pedido que foi prontamente atendido pelo cliente, que apresentou as notas fiscais ao lojista", diz a nota.
O shopping, no entanto, ressalta que o segurança não poderia ter atendido tal solicitação, que fere o regulamento da empresa. "A administração do Shopping da Bahia não compactua com qualquer ato discriminatório e incluirá as imagens deste fato nos treinamentos internos para evitar que se repitam", diz ainda a nota. A Zara ainda não se posicionou sobre o assunto.
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Redação iBahia
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