A diminuição no ritmo de crescimento da economia, e o seu impacto na busca por pessoas capazes de maximizar os resultados das empresas, é apontado como o principal motivo para a recente valorização dos profissionais da área de finanças. De acordo com a consultoria Robert Half, em sua Pesquisa Global, em 2014, o Brasil apenas perde para a China no número de empresas que declararam a intenção em contratar profissionais desta área, que engloba especialidades como auditoria, contabilidade, controladoria, tesouraria e planejamento financeiro e estratégico. Outro dado revelado pela mesma pesquisa indica que 49% dos diretores financeiros de empresas nacionais declararam ter receio de perder seus melhores quadros, enquanto a média mundial é de apenas 27%.
O aumento no número de aquisições de empresas nacionais por controladoras estrangeiras é um outro fator de aquecimento para o mercado deste profissional que, atualmente, precisa superar o clássico modelo de funcionário de back-office e assumir uma posição estratégica na definição dos rumos do negócio. Afinal, que controller estrangeiro consegue entender o emaranhado de nossa legislação tributária e os meandros que conduzem à competitividade através de uma gestão financeira apropriada em um país como o nosso? E essa parece ser a mudança mais difícil. Nossas escolas não estão preparadas, em sua maioria, para preparar profissionais de finanças que possuam visão do todo, que entendam de todos os detalhes da operação e que possam assumir o controle de empresas cada vez mais complexas e internacionalizadas. A área de finanças, aliás, ao menos no que se refere aos cursos de Administração, sempre foi rejeitada em detrimento de especialidades mais glamourosas ou menos áridas como o marketing e o recursos humanos (hoje chamada de gestão de pessoas, para sermos politicamente corretos). Bastava perguntar, em uma sala de formandos, quantos se dedicariam à área financeira e, certamente, a proporção não chegaria a 10%. Pois bem, a famosa balança dos empregos tornou a mudar e está na hora de se questionar esse paradigma. Ainda segundo a Consultoria Robert Half, as posições que apresentaram maior variação salarial entre os anos de 2013 e 2014 foram Analista Contábil Senior, Gerente Contábil e Fiscal, Analista Contábil Pleno e Coordenador Contábil e Fiscal, com taxas de crescimento de 25%, 12%, 8,5% e 8%, respectivamente. Neste cenário alvissareiro, a oferta de vagas para posições iniciais na carreira ainda se apresenta com tendência mais positiva. Todavia, é preciso que os interessados se preparem para concorrer nacionalmente. As melhores oportunidades são oferecidas para todo o Brasil e requerem, muitas vezes, a possibilidade de mobilidade por parte dos candidatos. De resto, não se pode esquecer de outras dicas que cansamos de relembrar nesta coluna, como a necessidade de se especializar em cursos que tenham um forte componente prático e de obter um conhecimento avançado em outros idiomas, principalmente o inglês. Se você quiser mais detalhes sobre a pesquisa mencionada nesta coluna, acesse a edição 192 da Você S.A., que está nas bancas.
Profa. Dra. Carolina Spinola |
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