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BAHIA

Fogo na Chapada afeta revitalização da bacia do Rio Paraguaçu

Dos 70 hectares da área demonstrativa de restauração, oito hectares já foram devastados pelos incêndios

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26/11/2015 às 18:27 • Atualizada em 30/08/2022 às 16:30 - há XX semanas
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O Rio Paraguaçu, o maior rio do território baiano, está sendo prejudicado pelos incêndios na Chapada Diamantina, que ocorrem há pelo menos um mês. O fogo já consumiu a vegetação de várias nascentes e afeta um projeto de revitalização da bacia do Paraguaçu, coordenado pela Conservação Internacional (CI-Brasil).Dos 70 hectares da área demonstrativa de restauração, onde foram plantadas mudas nativas para a recuperação de matas ciliares, oito hectares já foram devastados pelos incêndios. A informação é do geógrafo Rogério Mucugê, gerente de projetos da organização. Outro trabalho afetado é o de coleta de sementes para a produção de mudas, pois algumas das áreas onde essas sementes eram coletadas também foram queimadas.
Foto: Mateus Pereira/GOVBA
“Teremos de fazer novamente o trabalho nessas áreas, do zero. Os incêndios afetam não só as ações do projeto como qualquer ação de recuperação ambiental das margens do Paraguaçu, além de provocarem prejuízos econômicos, culturais, sociais e ambientais para a Bahia, não só para a Chapada”, afirma Mucugê. O projeto é realizado em parceira com o governo do estado e patrocinado pela Petrobras. O rio Paraguaçu é responsável pelo abastecimento de 60% da população da Região Metropolitana de Salvador.Incêndios na Chapada Diamantina são constantes e ocorrem todo ano entre agosto e fevereiro, período mais seco e com menos chuva no Nordeste. Esse cenário, conforme o geógrafo, tende a piorar devido ao aquecimento global e ao El Niño, fenômeno que afeta os regimes de chuva em regiões tropicais.“O El Niño potencializa a seca nesta região. As matas ciliares, que protegem os rios, amenizam esses efeitos, mas elas estão sendo queimadas. Sem que haja um planejamento territorial integrado para combate e prevenção de incêndios, a perspectiva para futuro é essa situação piorar”, diz Mucugê. Esse planejamento, segundo o geógrafo, envolve governo, sociedade civil, empresas e demais usuários que utilizam e se beneficiam dos recursos naturais da Chapada Diamantina.O Parque Nacional, gerenciado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), realiza fiscalizações, atividades educativas e monitoramento em mirantes naturais e em antenas de telecomunicações como meios de prevenir incêndios, inclusive os propositais. Já o combate é realizado com o uso de abafadores e bombas-costais de água e com a ação de brigadistas do parque e de voluntários.Atualmente, mais de 200 pessoas estão envolvidas no combate aos incêndios na Chapada Diamantina.

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