Segunda-feira, 8h da manhã, e seu chefe parece que acordou inspirado. Ao te avistar adentrando o escritório, te chama e te passa uma tarefa daquelas: um relatório das atividades da empresa nos últimos 30 anos. Para hoje! Sua vontade é de sair correndo, mas você respira fundo e apenas diz: “Ok, vou tentar”. O que você quis dizer, na verdade, é que não vai se comprometer com a tarefa porque não quer executá-la.
Mas não se engane. Seu chefe percebe sua verdadeira intenção. E por esse motivo, a expressão “vou tentar” é uma das menos indicadas no ambiente corporativo. Em um artigo publicado no site da revista americana Forbes, nesta semana, a psicóloga e consultora Linnda Durre listou expressões que transmitem a impressão de desinteresse por parte do funcionário.
Segundo ela, quando uma empresa contrata um profissional espera que ele seja proativo e apresente soluções. Mas, ao ser convocado para uma tarefa, suas respostas são sempre “vou ver o que posso fazer” ou “vou tentar”, essa expectativa é frustrada.
Ela aponta respostas evasivas como ‘não sei’, ‘eu acho’ e ‘tanto faz’ como outros exemplos do que não dizer para o chefe. Responder que “te dou um retorno” também é visto como uma forma de fugir do problema, segundo a especialista. E se, quando alguém sugere um projeto novo, você sempre responde com um “Sim, mas...” seguido de uma objeção, saiba que isso também é mal visto pelos gestores, pois significa ‘não quero me envolver no projeto’.
Autor de livros na área, Fábio Zugman acrescenta outras frases à lista. Uma delas é a clássica ‘não tive tempo de ver isso ainda’. “Isso passa a sensação de que você não está dando prioridade àquela tarefa. Em vez disso, diga: ‘Agendei para amanhã, tal hora’. Assim você aparenta ser uma pessoa mais organizada”.
E atire a primeira pedra quem nunca disparou um “Ah, isso não é comigo não”, ao ser indagado sobre um problema de responsabilidade do colega. “Prefira dizer que vai checar, senão fica a impressão de que você não está interessado no que acontece ao seu redor”, acrescenta Zugman.
Ele também lembra que não é bom estar sempre pedindo desculpas no trabalho. “Pega mal. Isso quer dizer que você não está exercendo suas responsabilidades. Em vez disso, prefira avisar antes que vai se atrasar, que o relatório não vai ficar pronto a tempo”, sugere, frisando que isso não pode se tornar uma constante.
Bahia
E tem algumas frases muito comuns entre os funcionários baianos. “Vá por mim” é uma delas. “Isso denota que você não tem nenhuma garantia para dar de que aquilo vai dar certo. Não tem argumentos, mas quer fazer assim mesmo”, explica a psicóloga da Efetiva RH, Deusay Teles. Ela também destaca “Deixe isso quieto” (no sentido de ‘não vamos fazer isso’) e “Amanhã tenho médico” como frases que devem ser evitadas. “Os chefes odeiam ouvir isso”, destaca.
Dizer “pode deixar comigo”, é bom. Contanto que você realmente execute a tarefa. Já “fique frio” soa desleixado, informal demais e até um pouco prepotente. E se o documento sumir, o computador pifar, o café cair em cima do relatório, o baiano não titubeia em soltar um sonoro “eta, porra!”. Precisa dizer que não pode? “Na Bahia, ‘porra’ é vírgula. Todo mundo fala. Mas é preciso ter cuidado para não soar ofensivo, sobretudo quando se está tratando com pessoas de fora do estado, que não têm esse costume”, aconselha Márcio Lopes, sócio da Organiza RH.
Ele também destaca o traço de informalidade do baiano. “Atender telefone chamando de ‘minha querida’, ‘meu amor’. Chamar as pessoas por apelidos na presença de terceiros do ambiente de trabalho, falar muita gíria, muitos palavrões”, enumera Márcio. Matéria original: Correio 24h Especialistas listam frases e expressões que os chefes odeiam
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