O Fórum de Entidades Negras, junto com o Olodum e outros grupos, prestaram uma homenagem à Petrobras por todo o apoio e patrocínio durante o Carnaval e para os projetos sociais na noite desta sexta-feira (18), na sede do Ilê Aiyê, na Senzala do Barro Preto, na Liberdade. As entidades negras e os blocos afro, a exemplo do Ilê Aiyê, do Bankoma e dos Filhos de Gandhy, fizeram a homenagem na figura do gerente executivo de Comunicação Institucional da Petrobras, Wilson Santarosa.Santarosa foi recebido na sede do Ilê Aiyê ao som dos Filhos de Gandhy e disse que estava se sentido honrado e nervoso. "Porque realmente é um prêmio muito sério, que tem que ser levado à sério. E, além da honra, me dá compromissos de defender uma série de coisas, a cultura, defender os costumes e ajudar na briga contra o preconceito e contra a discriminação. Eu acho que dá muita responsabilidade também", disse. O gerente executivo ressaltou que foi na Bahia onde a Petrobras iniciou suas atividades e que a empresa tem um grande compromisso com as culturas regionais, estando no seu planejamento estratégico e totalmente alinhado com seus negócios trabalhar e ajudar a manter a cultura local. "Desde o início que a gente veio para cá não é botar um painel na avenida onde tem o Carnaval, e sim trabalhar na raiz de cada grupo para que preserve aquela cultura. Esse é o compromisso da Petrobras tem", afirmou Santarosa.
Antônio Carlos dos Santos, o Vovô do Ilê, destacou a importância do apoio da Petrobras às entidades negras. "Esse apoio é muito importante para o fortalecimento do Carnaval, faz com que os blocos afro saiam com muito mais brilho durante o Carnaval. E, além disso, tem entidades como o Ilê Aiyê que durante o ano também tem projetos educacionais e sociais que são mantidos pela Petrobras, com essa parceira. Então nada mais justo que essa homenagem que estamos fazendo nos 60 anos da Petrobras, na figura de Santarosa", disse. Segundo o gerente de comunicação institucional da Petrobras no Nordeste, Darcles Andrade, a Petrobras patrocina os blocos afro e entidades negras desde 2004 como uma forma de incentivar e estimular essas manifestações que têm grande representatividade no Carnaval de Salvador. "Para o carnaval, foi em média anual em torno de R$ 1,8 milhão que vem sendo investido nos blocos afro, e para o próximo ano está previsto mais ou menos o mesmo valor", disse. Andrade também falou sobre o estímulo a projetos sociais dos blocos afro. "Hoje praticamente nós temos projetos sociais estimulado em todos os blocos afro. Em todos os blocos afro a gente associa um projeto social ao projeto do Carnaval [...] Essa unificação de projetos sociais começou há dois anos, onde a gente, durante o ano inteiro, incentiva e estimula projetos sociais nas comunidades onde os blocos estão presentes, as sedes do blocos, durante o ano todo", afirmou. O coordenador do Fórum de Entidades Negras, Walmir França, afirma que é muito importante o apoio da Petrobras aos blocos afros e entidades negras. "Acho que tem que se colocar quando a Petrobras não apoiava e quando a Petrobras começou a apoiar os blocos afro e afoxés do carnaval [...] teve uma mudança muito radical [...] Algumas [entidades] já corriam um sério risco de não permanecer mais no cenário do Carnaval de Salvador [...] Por isso que, nos 60 anos da Petrobras, nós, de certa forma, pegamos uma pessoa que tem participado disso desde o início, que é doutor Wilson Santarosa [...] que deu esse apoio, reconhecendo justamente a nossa participação enquanto indivíduos na formação da sociedade brasileira e também na questão social e cultural", afirmou França. "A gente chega em um determinado momento que precisa agradecer. Saber agradecer, saber dizer que essa pessoa foi uma das pessoas que se envolveu nesse projeto de entender como é que funciona, como é que a comunidade ganha com isso", completou. O bloco afro Bankoma é uma das entidades negras que recebe o apoio da Petrobras. A coordenadora do bloco, Maria Lúcia Santana Neves, afirma que a Petrobras é a parceira e parte fundamental para que o Bankoma consiga sair no Carnaval. "O Bankoma nasceu verdadeiramente de uma necessidade dos nossos trabalhos sociais, da gente não ter onde mostrar todo o trabalho que é feito de percussão, de dança, de adereço, de costura, de tecelagem e ele nasce dessa forma. Então a Petrobras, de uma certa forma entendeu essa nossa forma, a forma do Bankoma estar e o motivo pelo o qual o Bankoma vai para a avenida. Tanto nos ajuda na questão do bloco em si, de sair, e durante o ano como parceiro ajudando na parte social do projeto Bankoma", contou.
O ex-presidente da Petrobras e atual secretário do Planejamento do Estado da Bahia, José Sergio Gabrielli, também esteve na homenagem. "Eu acho que a organização cultural dos blocos afro, dos afoxés, das organizações culturais da cultura afro são instrumentos extremamente importantes da luta do povo negro. E essa luta é uma luta que organiza no Carnaval, mas organiza na vida normal, organiza no mundo religioso, organiza na sociedade e organiza nas relações sociais. Quando eu estava na Petrobras, a política de apoio que nós dávamos era uma política fortemente orientada para esse conjunto de atividades. É claro que o Carnaval é um aspecto importante, mas não é só esse o aspecto. O mais importante é o papel que esses blocos têm na organização da sociedade, particularmente desse segmento que é tão oprimido e explorado por tantos anos e que a sociedade baiana e brasileira deve tanto a eles", afirmou Gabrielli. Para o secretário de cultura do Estado da Bahia, Albino Rubim, o apoio da Petrobras é fundamental. "Os blocos afro em geral, apesar da importância deles, apesar da dimensão deles, da importância para a cultura da Bahia, para o Carnaval da Bahia, eles têm uma dificuldade grande de patrocínio. Então é muito importante que uma empresa como a Petrobras, uma empresa pública, que tenha essa disponibilidade e tenha dado esse apoio sistematicamente aos blocos. Isso é muito significativo", destacou. Entre os presentes, também estavam na homenagem o secretário de Promoção da Igualdade Racial, Luiz Alberto, o deputado estadual Marcelino Galo e o vereador Luiz Carlos Suíca.
Vovô do Ilê e Wilson Santarosa, à esquerda, e coordenadora do Bankoma ao lado da dançarina Laís Santos, à direita |
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