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Deputada entra com representação no MP contra banda

Lançado em dezembro, o clipe da música “Tigrão Gostoso” foi removido do Youtube

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06/02/2014 às 15:33 • Atualizada em 30/08/2022 às 16:58 - há XX semanas
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A deputada estadual Luiza Maia (PT) ingressou com uma representação contra a banda Abrakadabra, motivada pela letra e videoclipe da música “Tigrão Gostoso”. No documento, protocolado junto ao Ministério Público da Bahia, na quarta-feira (5), a deputada afirma que o conteúdo da música “traz indistinta discriminação contra mulheres, com violação à imagem e dignidade destas”. Para Luiza Maia, o clipe também incita, “sem chance de dúvida, a prática de crimes contra a liberdade sexual, como os de estupro e atentado violento ao pudor, previstos nos arts. 213 e 214 do Código Penal”. O vídeo, que foi lançando em dezembro e já ultrapassava 60 mil visualizações, foi removido do Youtube. No último dia 27, a Marcha Mundial das Mulheres divulgou uma nota de repúdio contra a banda. “No início do clipe, retrata-se uma situação que é corriqueira na vida de todas as mulheres, que vivem diariamente o medo e a insegurança de serem violentadas ao andarem sozinhas à noite ou em ruas desertas. Entretanto, ao invés de se denunciar a violência sexual, o clipe se desenrola de forma a enaltecer a posição do estuprador, colocado como a figura do “tigrão gostoso”, de modo a associar a agressividade à masculinidade”, diz trecho da nota.
Clipe lançado em dezembro foi removido do Youtube
Em nota à imprensa, a deputada compara a Abrakadabra ao caso da New Hit. Nove integrantes da banda e um policial militar foram acusados de estupro contra duas adolescentes em agosto de 2012, após show na cidade de Ruy Barbosa. “Vimos o exemplo da banda New Hit: quem canta violência pratica violência. Não podemos permitir que o que aconteceu em Ruy Barbosa se repita”, enfatizou a deputada. “O problema não está no ritmo, mas no conteúdo dessas músicas. Existem bandas de pagode e de arrocha que fazem um belo trabalho, sem ofender a dignidade de ninguém. Sabemos que a luta é grande e a Lei Antibaixaria também tem esse papel didático, de combater o machismo de forma educativa, mas há casos em que é necessário apelar para a justiça”. "Não tivemos essa intenção"Em contato com o Correio24horas, o vocalista da Abrakadabra, Diego Pereira, conhecido como Pretu, afirmou que a banda resolveu tirar o clipe do ar por conta da repercussão do caso. "Nós colocamos uma obra de arte na internet, mas que foi interpretada de forma diferente. Em nenhum momento tivemos a intenção de denegrir a imagem das mulheres, até porque a maior parte nosso público é feminino. Deus sabe que a nossa intenção não é negativa, eu fico triste por isso existir", diz. De acordo com o vocalista, a música foi lançada há dois anos e o clipe foi produzido pelos próprios integrantes do grupo. "É uma ficção. Se tivéssemos colocado no início do clipe a mensagem 'isso é uma ficção', não teria essa repercussão toda. É uma questão de interpretação. Foi uma produção própria. A intenção não era nem contar uma história, era mostrar a nossa marca". Segundo Diego, a polêmica em torno do clipe não prejudicou a agenda de shows da banda. "Tentaram nos atrapalhar, mas não conseguiram. Temos shows de quinta a domingo. E não é por causa da repercussão do caso, graças a Deus". Fundada há três anos em Vitória da Conquista, no sudoeste da Bahia, a Abrakadabra é conhecida por misturar ritmos como pagode, arrocha e tecnobrega. Matéria original: Correio 24h Deputada entra com representação no MP contra banda por apologia ao estupro

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