Com 43 anos de idade e 18 de carreira, Rita Batista está cheia de motivos para comemorar. A baiana estreia como apresentadora do 'É de Casa' neste sábado (9), ao lado de Talitha Morete, Tiago Oliveira e Maria Beltrão. A atração vai ao ar a partir das 6h50 até 11h45 da manhã. Em entrevista ao iBahia, Rita falou sobre o programa, saudade do filho, sonhos, como lida com haters na internet e sobre a importância de pessoas pretas ocuparem espaços como o dela.
Rita de Cássia Batista Suzart desde muito nova sabia que chegaria a um lugar especial e que os sonhos não são à toa. A baiana é uma comunicadora que fala de assuntos dos mais embaraçosos aos mais leves com a mesma seriedade e sagacidade. No currículo, passagens pela rádio Metrópole, TV Aratu (afiliada da SBT na Bahia), Band, TVE e GNT a fizeram reunir bagagem suficiente para encarar o cenário e público nacional com propriedade de quem entende.
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Para a jornalista baiana, o "É de Casa" chega como uma "cereja" do bolo na carreira. Quando questionada sobre o convite ser a maturidade profissional, ela ratificou a palavra e destacou que esse chamado é um reconhecimento de longa estrada.
"A maioridade com certeza, a maturidade ainda não sei. Completar 18 anos de carreira na TV Globo foi bem especial. Isso sim foi 'cerejar' o bolo da minha jornada profissional, sem contar que é um baita reconhecimento do meu trabalho", disse ela.
Protagonismo preto na TV aberta
Glória Maria, primeira repórter negra da TV brasileira, Zileide Silva, Wanda Chase, Lívia Calmon, Heraldo Pereira, e outros jornalistas pretos abriram os caminhos para que "Ritas" pudessem chegar. O movimento preto militante também foi de extrema importância para essa longa e árdua estrada. Durante a entrevista, Rita fez questão de saudar aqueles que vieram antes e a deixaram passar.
"Pessoas negras que estruturalmente estão na base da pirâmide social do Brasil na maioria das vezes não veem seus iguais em lugares de poder. Eu sou fruto da luta e organização de movimentos, da militância, de quem veio antes de mim na profissão que abriu portas e espaços e me mostrou que era possível, viável. No ‘É de Casa’, não sou só Rita apresentadora, comigo carrego o sonho dos antigos e a vontade dos mais novos", afirmou.
Vale destacar que outro preto baiano com protagonismo na emissora é Manoel Soares. Ao lado de Patrícia Poeta, o jornalista leva informação e entretenimento diariamente nas manhãs da Globo.
Saudade do pequeno Martim
Mãe do pequeno Martim, de 4 anos, Rita morre de saudades do filho. No entanto, saber que o menino está sob ótimos cuidados a fazem seguir firme no propósito: comunicar.
Ela deixou Salvador e se mudou para São Paulo em 2020. Em terras paulistas, a baiana integrou o setor de reportagens da Globo, como nos programas "Mais Você" e "Encontro".
"A distância é um aprendizado, mas eu conto com uma rede de apoio das melhores. Na minha família, as mulheres saem em busca dos seus objetivos e muitas vezes se distanciam dos filhos. Circunstancialmente está acontecendo, mas Marcel, desde que éramos casados, me deu esse suporte e agora não é diferente. A gente funciona muito bem como pais de Martim. O casamento acabou, mas os laços que nos unem têm muitas cores, espessuras e texturas", pontuou.
Internet
Seguida por mais de 200 mil seguidores no Instagram, Rita divide com os admiradores a vida real, trabalhos, orações, mensagens positivas e outras curiosidades. Ainda na entrevista, ela falou sobre a cultura dos haters, pessoas que fazem questão de atacar outras, principalmente as personalidades famosas, pelo simples prazer de transmitir o ódio nas redes sociais.
Rita mandou uma mensagem direta e deu aula sobre como lidar com aqueles que não respeitam o outro. "Hater, a depender do grau, é um lover que não se descobriu. Se eu tiver com paciência ofereço o que ele quer - aparecer, não antes de aplicar a pedagogia do constrangimento. Se houver viés processual, não me furto em convocar meus advogados. O Fórum do Imbuí já me conhece", disse.
Torcida especial
Uma das referências para Rita dentro do jornalismo, Wanda Chase, celebrou a chegada dela à TV Globo e desejou todo o sucesso para a baiana. "Vou usar uma expressão muito baiana e que eu costumo falar com os meus: 'Diga aí, minha cor?!' Os nossos estão ocupando os espaços. Imagino o filme que deve passar pela cabeça da Rita. Ela é uma das muitas que virão, sem esquecer a causa e suas raízes. Vamos todos juntos. O meu olhar para a Rita é de afeto, admiração, estou contente pelo dia de hoje. Fale aí, minha cor! Vamos estar com todos os olhares voltados para ti neste dia especial", disse ela.
Veja outros trechos da entrevista abaixo:
iB: Qual o maior perrengue que você já passou durante a sua carreira como jornalista?
RB: Maior…não sei, mas de entrevistado mau humorado, ao que marca e não aparece, gente que quer atrapalhar o ao vivo na rua, outras que têm raiva de jornalista, campanha política, ameaça…é animada a vida!
iB: Quais sonhos a Rita Batista já realizou e quais ainda faltam?
RB: Sonho é um negócio meio etéreo demais, né? Eu co-crio a minha realidade. É quase palpável. Eu imagino, visualizo e jogo pro Universo. E sinto o cheiro, a presença, o gosto, me vejo com a coisa, pessoa, situação. FUNCIONA! Ainda tem muita coisa pra fazer. Parir de novo é uma delas.
iB: Qual o seu maior medo?
RB: Morrer cedo e deixar meus filhos pequenos.
iB: Se você pudesse definir a Rita de Cássia Batista dos Santos em uma frase… qual seria?
RB: Eu sou a melhor coisa que pode acontecer na vida de qualquer pessoa e ou corporação!
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Lucas Sales
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