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TEATRO

Noviça Mais Rebelde estreia sexta-feira na Casa do Comércio

Esse é o primeiro monólogo da carreira do ator Wilson de Santos, 43 anos

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17/07/2011 às 11:03 • Atualizada em 29/08/2022 às 15:14 - há XX semanas
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O figurino é minimalista, apostando na eterna tendência do preto e branco eclesiásticos. Mas o riso rasgado, ah!, esse promete ser espalhafatoso, pelo menos a julgar pelo histórico. Depois de anos longe da Bahia, a noviça está de volta. O ator Wilson de Santos, 43 anos, traz a Salvador, nos próximos dois finais de semana, a peça A Noviça Mais Rebelde, no Teatro Sesc Casa do Comércio. Com supervisão artística de Marcelo Médici, o espetáculo funciona como uma continuação de Noviças Rebeldes, da Cia. Baiana de Patifaria e direção de Wolf Maya. Sucesso nos palcos entre 1995 e 1999, a comédia com toque de musical reunia cinco atores – entre eles Wilson de Santos – que interpretavam freiras pouco convencionais. A peça nasceu no início da década de 80, em Nova York. Na montagem baiana, ele fazia a irmã Maria José, que não tinha lá muitos talentos e era desprezada pela madre superiora. “Ela roubava a cena. Todo mundo torcia pela Maria José”, conta. E Maria José tanto fez que ganhou um espetáculo solo. A ideia surgiu do próprio Wilson, que foi aos Estados Unidos falar com Dan Goggin, 68, autor do texto original, Nunsense. “Ele logo topou fazer uma peça só para a irmã Maria José”, afirma. Estreia na Bahia A Noviça Mais Rebelde estreou em setembro de 2009, em Campinas. No mesmo mês chegou à Bahia pela primeira vez, via Vitória da Conquista. Hoje, faz sua última apresentação em Santo Amaro. Depois de Salvador, segue para Feira de Santana, nos dias 5,6 e 7 de agosto; e Camaçari, dias 13 e 14. Sempre com direito a ‘bingo santo’ e ares de cabaré. A versão brasileira tem menos músicas que a americana – sim, depois da conversa, Dan resolveu fazer uma montagem por lá. Wilson, agora, canta três músicas que foram sucesso na montagem da década de 90. Também estão lá as imitações impagáveis que a noviça fazia, como Perla – a cantora paraguaia, não a funkeira carioca – Amy Winehouse e Joelma, da banda Calypso. Ah!, e Daniela Mercury também. Este ano, a rainha da axé music recebeu o comediante em cima do trio elétrico, no sábado de Carnaval. Se ele aproveitou para parodiar a musa inspiradora? “Mas é claro! E ela entrou no clima, rolou até dueto”, diz. Recepção - Esse é o primeiro monólogo da carreira de Wilson. Mas ele afirma que não se sente só quando está em cena. Assim como fazia em Noviças Rebeldes, o ator recebe o público na porta do teatro. E a proximidade continua depois da primeira fala. Tudo sem criar situações constrangedoras para a plateia, como participações forçadas, garante. A solidão só bate mesmo é no camarim, quando os bastidores da montagem da década de 90 formavam quase um espetáculo paralelo, restrito apenas aos atores do grupo. A formação original da fictícia Irmandade de Salut Marie incluía, além de Wilson, os atores Lelo Filho, Beto Mettig, Fernando Marinho e Diogo Lopes Filho. Desses, apenas Lelo continua na Cia. Baiana de Patifaria, grupo que atualmente está em cartaz com a peça Siricotico – Uma Comédia do Balacobaco, no Teatro do Isba, em Salvador. Faz-tudo - O mundo dos céus parece estar gravado no destino de Wilson, nascido em... Santos, no litoral de São Paulo. Como uma versão urbana do menino da roça que foge com o circo, o santista ‘fugiu’ para a capital do estado, após fazer um curso de teatro na cidade natal, aos 15 anos. Para se manter, fez um pouco de tudo, mas sempre na área do teatro: sonoplastia, iluminação, bilheteria. Também foi contrarregra e camareiro. Mas nunca deixou de atuar. ‘Palhaço’ da sala na época do colégio, sempre participava de comédias. E o currículo segue assim, sem drama algum, até hoje. Em 1991, Wilson estava em cartaz em São Paulo com a peça Terezinha de Jesus, junto a Mara Manzan (1952–2009) e Marcelo Médici. “O pessoal da Cia. Baiana de Patifaria estava chegando em São Paulo, vindo de um sucesso estrondoso no Rio, com a peça A Bofetada”, recorda. Pois o pessoal foi ver Terezinha. Viram também Wilson. “Já senti que ele tinha uma verve cômica imbatível, um timing perfeito para a coisa”, afirma Fernando Guerreiro, 49, diretor de A Bofetada. Meses depois, Wilson desembarcava em Salvador para entrar no elenco do sucesso que catapultou a Cia. Baiana de Patifaria à notoriedade. Vinha fazer uma substituição temporária: “Inicialmente, seriam três meses. Acabei ficando três anos (com a Bofetada)”. Em 1995, o grupo começou a pensar em um novo texto. Foi aí que Wilson deu a ideia de trazer à Bahia um espetáculo que tinha visto em São Paulo. A peça era justamente Noviças Rebeldes; e o diretor, Wolf Maya. “Fizemos contato com Wolf, que tinha os direitos da peça no Brasil e fez a adaptação do texto para cá. Ele liberou, com uma condição: que pudesse nos dirigir”, lembra. Em São Paulo, porém, o espetáculo era feito por atrizes. Sem problemas, os meninos vestiram o hábito e só tiraram quatro anos depois. Madre dos EUA - Os elogios à vocação artístico-religiosa de Wilson de Santos vêm de todas as partes. “O talento dele é incrível, o que ele faz com a irmã Maria José é brilhante, ele é o artista perfeito para fazer o personagem funcionar”, afirma a madre superiora das Noviças, o autor Dan Goggin. O texto original já foi montado em 64 países. Em Nova York, Goggin fez uma montagem de A Noviça Mais Rebelde na off-Broadway, circuito igualmente prestigioso que reúne peças alternativas. Dos Estados Unidos para o Brasil e vice-versa. Haja milhagem para essas freirinhas! Confira trechos de Noviça Mais Rebelde:[youtube HOWurerkZcE]

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