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TEATRO

Márcio Meirelles estreia espetáculo do autor romeno Matéi Visniec

Diretor se prepara para estrear sua 92ª peça, A Mulher Como Campo de Batalha, no próximo dia 7. Montagem aborda a questão da violência contra a mulher

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27/09/2014 às 12:03 • Atualizada em 27/08/2022 às 2:56 - há XX semanas
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Apesar de dizer que, aos 60 anos, não tem mais o mesmo pique de outrora, o diretor Marcio Meirelles não para. Agora, ele se prepara para estrear sua 92ª peça, A Mulher Como Campo de Batalha, no próximo dia 7. O espetáculo, que ficará em cartaz de terça a quinta em curta temporada no Teatro Vila Velha, aborda a questão da violência contra a mulher.
Iana Nascimento e Giza Vasconcellos protagonizam A Mulher Como Campo de Batalha, que estreia dia 7
Com texto do dramaturgo romeno Matéi Visniec, 58, o espetáculo é protagonizado por Iana Nascimento e Giza Vasconcellos, que interpretam Dorra e Kate, duas mulheres devastadas pela guerra. A primeira foi violentada por um grupo inimigo durante a guerra na Bósnia e a outra é uma psicóloga americana que trabalha na escavação de valas comuns. "Foi um encontro artístico. Visniec fala de uma diáspora do teatro e eu acredito nisso. Eu descobri ele porque uma editora publicou 18 textos dele em 15 livros. Aí eu cheguei na livraria e me perguntei como uma editora brasileira lança livros de um cara romeno. Comprei três livros, li e comecei a montar os textos", afirma Marcio, que já encenou outros três textos de Visniec, como O Último Godot (2014). A primeira semana da peça conta com uma novidade: haverá uma intérprete de libras e audiodescrição para que pessoas com deficiência visual e auditiva possam ir ao teatro. "Já queria fazer isso. São outras narrativas. O texto já está traduzido do francês para o português, do papel para o palco e ainda vai ser traduzido em libra e audiodescrição. Queria que os atores aprendessem, mas não é um processo tão simples. É uma cachaça que bebi e viciei", brinca.
Depois da passagem pela Secult, que avalia positivamente, Marcio toca projetos como a Universidade Livre
50 ANOS DE VILA Além de A Mulher Como Campo de Batalha, outra peça com texto de Marcio está em cartaz no Teatro Vila Velha neste fim de semana, às 19h, com entrada gratuita. Relato de Uma Guerra Que (Não) Acabou, do Bando de Teatro Olodum, que estreou em 2002, está sendo remontada na II Oficina de Performance Negra do Bando. "Essa peça surgiu inspirada no caos que a cidade viveu em 2001 por conta das greves de polícia e de ônibus", conta o diretor. Um dos atuais orgulhos de Marcio é a Universidade Livre, que funciona dentro do Vila Velha. "Estamos formando novos artistas com outro pensamento sobre o que é estar no palco, pois para isso é preciso muitas coisas. Esperamos que daqui surja uma nova geração mais afinada como que é teatro e verdade", pontua ele, que adianta uma novidade que integra as comemorações dos 50 anos do Teatro Vila Velha. Em breve, haverá uma interferência urbana intitulada "Dê um 'oi' para o Vila" nas ruas de Salvador. "São cabines telefônicas onde as pessoas podem gravar em áudio e vídeo uma mensagem para o teatro. Isso vai ser disponibilizado num canal específico na internet", detalha o diretor, que tem 42 anos de carreira. Na opinião de Marcio, nestes anos o teatro não melhorou nem piorou, apenas mudou. "A sociedade também mudou e o teatro reflete isso. Quando eu comecei fazendo teatro político dentro da universidade, lutando contra a ditadura, eu acreditava que o teatro mudava o mundo. Aliás, ainda acredito. Um pouco menos, mas acredito", diz, entre risos. "Qual o lugar do teatro dentro do século XXI? Essa é a grande questão. Porque o século começa com uma grande crise da representação". "Você próprio se representa e tem ferramentas pra isso, a internet é uma delas. Você faz seu discurso e bota lá. Isso é um grande momento do mundo, mas pro teatro isso é um problema. O teatro, ao contrário das artes visuais e de outras linguagens, ficou muito restrito à presença física do ator e do público. Quando a presença virtual é tão real quanto a física", pondera. SECRETARIA Quanto ao público baiano, Marcio acredita que a predileção pela comédia é natural. "Isso acontece no mundo todo. A comédia sempre é mais acessível. Entre escolher refletir e se emocionar, as pessoas escolhem rir porque relaxa. Acho que nos anos 90 a Bahia teve boas comédias e bons comediantes. A Cia Baiana de Patifaria, O Bando e os Los Catedrásticos surgiram mais ou menos na mesma época e atendiam a diferentes camadas da população", opina. Já sobre sua gestão à frente da Secretaria de Cultura do Estado, entre 2007 e 2010, Marcio faz um balanço positivo: "Eu acho que foi bom para a Bahia, mas para mim foi dolorido. Hoje eu vejo os frutos. Houve grandes investimentos na área audiovisual e descentralização do olhar do estado por todos os municípios. Mobilizamos e profissionalizamos muita gente. Eu fiz o meu melhor, mas uma minoria ficou insatisfeita. O problema é que essas pessoas tinham o microfone ligado. São sempre os mesmos e continuam falando, mas não me importa". Uma nova gestão não está nos planos de Marcio. Ele diz que só queria quatro anos. "O governador me perguntou se eu queria continuar e eu recusei. Já não tenho mais tanta energia e não sou político. Aceitei ser gestor público como artista porque achei que era necessário, mas é impossível agradar a todos", encerra o diretor. Leia também: Conheça diversidade que movimenta a vida cultural de Itapuã Conheça de perto a vida cultural do Santo Antônio Além do Carmo Happy Holi anuncia line up para edição do festival em Salvador MV Bill escolhe Bahia como cenário para seu novo clipe Matéria original: Correio*

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