Aclamada por plateia e crítica por onde passou, a montagem 'Tribos' chega em Salvador neste final de semana. Com grande elenco, a peça traz em cena Antonio e Bruno Fagundes, pai e filho contracenando juntos. Com texto de Nina Raine e direção de Ulysses Cruz, a peça aborda questões familiares a partir do relacionamento entre um pai intolerante e seu filho, deficiente auditivo. Christopher (Antonio Fagundes) não aceita a condição de Billy(Bruno Fagundes), obriga o menino a aprender leitura labial e é contra o aprendizado da linguagem de sinais. Em entrevista ao
iBahia, o ator comentou sobre 'Tribos' - e a classificou como 'comédia perversa', falou sobre a oportunidade de contracenar junto com o filho, além da expectativas da apresentação em Salvador.
'Tribos' “Nós classificamos a peça como uma 'comédia perversa' porque ela é muito divertida pelas situações que ocorre, porém o assunto é muito serio, por se tratar de doença auditiva, com isso a peça usa esse tema como metáfora, para falar sobre a 'surdez do mundo', da intolerância, do preconceito de qualquer instância. È a história de uma família disfuncional, ou seja uma família não muito convencional e as coisas que acontecem durante as cenas tem várias leituras”.
Apresentação em Salvador Mesmo sendo em curta temporada, o ator acredita que a peça será um sucesso em Salvador, com aceitação do público baiano. “Já estamos quase lotados e se tivesse mais apresentações tenho certeza que teríamos mais público e mesmo sendo pouco tempo, tenho certeza que público vai gostar, porque faz a gente se emocionar, rir e tenho certeza que a peça vai ser muito bem recebida”.
Contracenar com o filho Fagundes não esconde a alegria de dividir os palcos com o filho, e esperar prolongar ainda mais essa parceria. “Já estamos no terceiro trabalho juntos e vem dando certo. E tá sendo muito gostoso por ele ser meu filho, e assim podemos ficar juntos e o mais importante é que Eu e Ele somos profissionais afinados. Além do mais descobrir que o Bruno é um ótimo profissional e por isso repetimos tanto o trabalho juntos”. Quem compartilha do mesmo pensamento do pai é o filho Bruno, “Da minha parte é a mesma coisa, nos descobrimos e nos tornamos compatíveis no trabalho e a gente encara o trabalho com a mesma dedicação, e a gente se diverte juntos em cena e isso é um acréscimo”.
A família “É uma família disfuncional, toda família não funciona muito bem e a relação é da nossa família durante a peça é muito difícil por conta da doença de Billy – que tem problemas auditivos – e a relação fica muito mais difícil quando a família decide que a doença dele deveria ser deveria ser oralizada e ele deve aprender a linguagem labial e dai começa toda a situação da peça, onde ele conhece uma menina, que é filha de pais surdos e que tá perdendo a audição, onde ela ensina a linguagem de sinais para ele, dai começa toda a situação que desenrola a peça”.
Christopher “O meu personagem tem problema com toda a família, pois o outro filho é esquizofrênico e a filha é uma cantora fracassada de ópera, ou seja a família toda tem problemas”.