Após temporada de estreia no Theatro XVIII, em 2013, Aninha Franco volta a repetir o sucesso de público e crítica com a leitura dramática da peça 'Antígona', uma adaptação da dramaturga para o clássico grego de Sófocles. Apresentada na noite do último domingo (23), no Palacete das Artes, a montagem foi um dos principais destaques da programação do primeiro dia do Festival da Cidade, projeto em comemoração ao aniversário de Salvador.
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Aninha Franco, escritora |
Prestigiada por espectadores dos Estados Unidos à Europa, a leitura dramática reuniu no público pessoas de idades e estratos sociais diversos. " Às vezes as pessoas tem medo de entrar nos lugares por se sentirem constrangidas. Conosco elas se sentiram seguras. Foi lindo!", declarou Aninha animada.
Escrita no século V antes de Cristo, apogeu da Grécia clássica, a peça ganhou contornos contemporâneos. Nazismo, fascismo e ditadura militar no Brasil não escapam à recriação de Aninha, que inseriu novos personagens e atualizou outros.
"A peça chega nas pessoas de maneira muito forte. Tem muita gente querendo dizer o que Antígona diz. É um texto é completamente pop", destacou. Segundo Aninha, o espetáculo foi criado para ser temporário, mas deve seguir em turnê. "O modelo ficou tão bacana e acontece de uma maneira tão bonita e forte que se permite muitas apresentações", disse a escritora.
Uma das obras mais significativas sobre o poder e o amor, 'Antígona' teve releituras na Revolução Francesa e nos movimentos feministas europeus. "Vários dramaturgos releram o texto em períodos confusos da história", observa Aninha Franco, citando os dramaturgos Jean Cocteau, durante a Primeira Guerra Mundial, Jean Anouilh e Bertold Brecht, na segunda.
Quem não conseguiu assistir à peça ontem, terá outra oportunidade de conferir a performance dos atores Bete Coelho, Rita Assemany e Ricardo Bittencourt. Nesta segunda (24), acontece a segunda e última sessão de 'Antígona' no Festival da Cidade, no mesmo local e horário, às 20h. A entrada é gratuita e as senhas serão distribuídas a partir das 19h. Caso alguém não consiga entrar, poderá conferir a leitura dramática através de telão montado no Café Rodin.