A FAO trabalha para envolver o setor privado/Foto: Blog do Mílton Jung
Todos os anos, o mundo desperdiça 1,3 bilhão de alimentos. Para reduzir tamanho desperdício, a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) lançou a campanha "Salve a Comida". A iniciativa conta com 50 parceiros, porém, a agência trabalha para envolver o setor privado e organizações sem fins lucrativos.
Em entrevista à Rádio ONU, de Roma, o economista de agronegócios da FAO, Carlos da Silva, explicou que uma parte substancial dos alimentos é perdida entre a produção até a chegada ao consumidor.
"Existe a perda, que é aquilo que acontece com uma quantidade do produto que chega ao consumidor, inferior a que foi produzida, e tem o problema do desperdício. Ou são comprados [alimentos] em excesso. O consumidor não usa tudo e por isso joga fora, ou algumas vezes, o próprio supermercado, no fim do dia, não consegue vender e descarta aquela produção", comentou o economista.
A FAO pontua que, quase um bilhão de pessoas passam fome no mundo. O especialista em agronegócios da agência afirma que aproximadamente 30% dos cereais e até 50% das frutas e vegetais produzidos globalmente são perdidos. Silva também ensina ações que podem ser tomadas pelo consumidor final para evitar o desperdício alimentar.
"De repente você compra um produto que tem umas folhas que você não consome, mas se puder utilizar aquilo, você pode ter um aproveitamento ótimo e não desperdiçar. Se comprar em excesso, você pode congelar uma parte ou fazer algum outro preparo. E o consumidor é realmente interessado, porque ninguém tem motivação, interesse de gastar recursos que serão jogados no lixo."
De acordo com o especialista, os países desenvolvidos são os que mais desperdiçam comida. A agência defende ainda novas tecnologias, melhores práticas e investimentos em infraestrutura para reduzir as perdas de alimentos.
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