Um painel de especialistas do Comitê da ONU sobre Segurança Alimentar Mundial divulgou na quarta-feira, 2 de julho, um relatório com recomendações para reduzir o desperdício de alimentos.
Segundo dados da ONU, 1,3 bilhão de toneladas de comida são perdidas ou desperdiçadas por ano. O documento traz uma análise dos impactos e fornece um plano de ação para governos, empresas e consumidores.
A Rádio ONU entrevistou um dos especialistas que elaborou o relatório. Ele é professor na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Segundo Renato Maluf, problemas técnicos nas colheitas agrícolas, na manipulação ou no transporte resultam em perdas.
O especialista em segurança alimentar explicou que governos e a iniciativa privada podem enfrentar o problema com investimento em infraestrutura.
"De transporte, infraestrutura de armazenamento, apoio técnico no que se refere à atividade de colheita. Para alguns tipos de produtos, há uma evidente necessidade de transporte e armazenamento a frio para produtos mais frescos. Muitas vezes as perdas ocorrem por razões comerciais e fazem com que (os alimentos) sejam descartados, ou porque a aparência não é boa, ou porque se produziu de maneira inadequada", observou Maluf.
Dieta
O especialista ressaltou ainda a necessidade de se promover ações educativas para os consumidores, sobre como manipular e aproveitar melhor os alimentos. Maluf comentou também o papel de uma dieta saudável.
"Nosso relatório identifica um tipo de perda e desperdício que tem a ver com uma concepção de qualidade de alimentos que é muito difundida pela indústria e mesmo pela propaganda e que não corresponde propriamente a uma questão de qualidade do ponto de vista nutricional. Causador desses problemas de saúde de obesidade e sobrepeso. É uma outra maneira de enxergar. Não é um alimento que foi jogado fora, mas é uma produção de alimentos que caracteriza um consumo extra de uma dieta questionável e que implica em pressão sobre os recursos naturais."
Prazo
O professor defende uma legislação sobre as datas de validade impressas nas embalagens. De acordo com Maluf, a falta de clareza nessa informação pode induzir o consumidor a descartar produtos que ainda estão bons para o uso.
O Comitê da ONU sobre Segurança Alimentar Mundial é a principal plataforma internacional para discussões sobre o tema, com a participação de governos, agências das Nações Unidas e sociedade civil.
O painel de especialistas independentes fornece conhecimento técnico e científico ao comitê, além de recomendações para políticas públicas de nutrição e de segurança alimentar.
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