Mais de 80 mil brasileiros já se declararam doadores de órgãos através de uma ferramenta na rede social Facebook, de acordo com levantamento divulgado na quinta-feira, 6 de setembro, pelo Ministério da Saúde. A parceria foi firmada em julho de 2012, com o objetivo de ampliar o número de doadores no Brasil.
Segundo a pasta, 40 milhões de pessoas no país são usuárias da rede social. Os internautas podem adicionar em sua linha do tempo a opção de ser um doador de órgãos e compartilhar com parentes e amigos.
Em 2011, o Brasil bateu recorde ao registrar 2.207 doadores no Sistema Nacional de Órgãos – 63% a mais que em 2008, conforme dados do governo. Atualmente, 95% dos transplantes são feitos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Para expressar no Facebook o desejo de ser um doador de órgãos, basta ir na Linha do Tempo e clicar em Evento Cotidiano, escolher a opção Saúde e Bem-Estar e clicar em doador de órgãos. Ainda assim, a doação só poderá acontecer após autorização da família.
Solidariedade que faz bem
A supervisora de Marketing Lucinda Ulhoa, 33 anos, utilizou a ferramenta poucos dias após a parceria. “O que eu puder fazer para ajudar os outros a não sentirem a dor que senti quando perdi meu pai, vou fazer”, explicou. Ela também se cadastrou como doadora em um banco de medula óssea. “Ninguém merece perder um ente querido, mas é preciso ter cautela. Só divulguei no Facebook para ver se estimulo as pessoas a fazerem o mesmo”, completou.
Vivian Murbach, 33 anos, decidiu ser doadora de órgãos ainda na adolescência. Quando a ferramenta foi disponibilizada pelo Facebook, a servidora pública optou por compartilhar a informação. “Cheguei à essa decisão pelo simples fato de ajudar alguém que precisa muito com algo que é meu e que não vou precisar mais. É simples assim”, disse. Ela garante que amigos, o noivo e a família sabem do desejo dela de ser doadora. “Quando faço algum procedimento cirúrgico, aviso novamente a família e o médico.”
Já o estudante de antropologia Alexandre Branco, 23 anos, declarou-se doador de órgãos, mas não havia comunicado oficialmente a família e os amigos. “Apesar de as pessoas próximas a mim terem um conhecimento [sobre a vontade dele], achei que uma declaração explícita era o mais recomendável”, contou, ao se referir à ferramenta no Facebook.
“Além do fato de você poder ter uma comunicação expressa do seu desejo, acho que a publicidade dessa informação para as pessoas que não refletiram sistematicamente sobre o assunto pode permitir esse processo”, disse. “As pessoas, quando confrontadas com a informação de que outras pessoas próximas são potenciais doadoras, podem refletir e decidir a respeito”, concluiu.
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