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Cientistas alertam que aquecimento está adoecendo oceanos

Relatório diz que mudanças nos mares pode propagar doenças entre animais e seres humanos

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Redação iBahia

06/09/2016 às 12:57 • Atualizada em 27/08/2022 às 11:12 - há XX semanas
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O aquecimento global está fazendo com que os oceanos estejam mais doentes do que nunca, propagando doenças entre animais e seres humanos e ameaçando a segurança alimentar do planeta, segundo um relatório científico sobre o aquecimento dos mares. A pesquisa da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), compilada por 80 cientistas de 12 países, foi divulgada na última segunda-feira no Congresso de Conservação Mundial, no Havaí. De acordo com o relatório, os oceanos já absorveram uma enorme quantidade de calor devido a emissões de gases e do efeito estufa, afetando desde micróbios até as baleias. A pequisa revela que um risco para a vida humana é a propagação de doenças, caso os oceanos continuem a esquentar. O relatório da IUCN mostrou que há crescente aparecimento de bactérias vibrio, que causam cólera, e de espécies tóxicas de algas que podem provocar intoxicação alimentar. Ainda segundo a pesquisa, as pessoas também estão sendo afetadas por furacões mais fortes, se não mais numerosos, devido à energia extra nos oceanos e na atmosfera. "Todos sabemos que os oceanos sustentam o planeta. Todos sabemos que os oceanos proveem cada segundo de ar que respiramos. E no entanto estamos deixamos os oceanos doentes", afirmou a diretora-geral da IUCN, Inger Andersen, à imprensa durante o encontro, que reúne 9 mil líderes e representantes de governos e de grupos ambientalistas em Honolulu. O relatório, "Explicando o aquecimento do oceano", é o estudo mais completo e sistemático já feito sobre as consequências do aquecimento global nos oceanos, de acordo com Dan Laffoley, um dos autores principais do projeto. "O oceano vem nos protegendo e as consequências disso são absolutamente maciças. O que estamos vendo agora vai se desenrolar em algo muito maior do que podemos lidar. A perspectiva geral é bastante sombria", disse Laffoley, vice-presidente da Comissão Mundial de Áreas Protegidas da IUCN. As águas do mundo absorveram mais de 93% do calor extra gerado pelas mudanças climáticas desde 1970, amenizando as temperaturas em terra mas alterando dramaticamente o ritmo de vida nos oceanos, acrescentou o cientista. "Se a mesma quantidade de calor que vem sendo enterrada nas camadas superiores dos oceanos tivesse sido liberada diretamente na atmosfera, a superfície da Terra teria esquentado devastadores 36 graus, ao invés de 1 grau no último século", alerta Laffoley.

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