“Perguntar se aqui tem ladrão é a mesma coisa de querer saber se na igreja tem padre”. Essa foi a resposta que uma comerciante da Avenida Adhemar de Barros, em Ondina, deu ontem ao ser questionada sobre a situação de violência no local. Ela trabalha ao lado da casa lotérica Paraíso da Sorte que, segundo o dono, Antonio Carlos da Silveira, anteontem foi assaltada pela sétima vez só este ano.
A avenida, que liga a Garibaldi a Ondina, virou território de tensão pela sucessão de assaltos a casas comerciais e pedestres nos pontos de ônibus. Diante dos fatos, a polícia promete atuações mais efetivas. O tenente-coronel Paulo de Tarso Alonso Uzêda, comandante da 12ª Companhia Independente da Polícia Militar (Ondina/Rio Vermelho), informou ontem que serão instaladas câmeras de video- monitoramento na avenida. “Já está em fase de licitação a compra de 15 câmeras de segurança para a região do Rio Vermelho, Ondina e Federação. Dessas, duas ou três serão instaladas na Adhemar”, explica. No entanto, o comandante destaca que o “efetivo é suficiente para, com boa vontade e profissionalismo, não deixar que os índices de violência estourem”. O comandante esclarece que a instalação de câmeras visa coibir todo tipo de crime na avenida, mas com foco nas saidinhas bancárias. “Essa é uma região que tem diversos bancos e, consequentemente, atrai ladrões. Infelizmente, a presença (da polícia) não pode ser absoluta. Por isso, estamos tentando manter uma viatura na altura das esculturas das gordinhas para coibir rotas de fuga”. Além da casa lotérica, a Farmácia Santana da avenida já foi assaltada diversas vezes. Num desses assaltos, o taxista Edival Guedes, que trabalha em Ondina há oito anos, fingiu ter uma arma para não entregar seu celular e relógio aos ladrões. “Eles entraram na farmácia e roubaram todo mundo, inclusive alguns idosos. Quando vieram pra cima de mim eu me irritei e fingi que ia atirar e eles saíram correndo”. EstudantesO medo de ladrões é tão grande que a funcionária pública Maria das Graças Silva deixou de frequentar e proíbe a filha de ir em estabelecimentos comerciais da avenida. “Aqui a gente está andando com medo. A qualquer hora a gente pode ser assaltada. Eu não entro em casa lotérica nem nessas farmácias durante a tarde”. Estudantes do campus Ondina da Universidade Federal da Bahia (Ufba) também temem assaltos. Mariana Santos, estudante de Biologia, conta que foi roubada há uma semana no ponto de ônibus em frente a faculdade, ao meio-dia. “Não tem hora para acontecer. Dois pivetes passaram de bicicleta e levaram minha bolsa”. O delegado João Cavadas, titular da 14ª Delegacia (Barra), responsável por parte da avenida, explica que é feito um trabalho integrado de investigação e policiamento na área para coibir esse tipo de roubos. “A área do campus é federal e isso limita nossa atuação. Contudo, fazemos trabalho integrado com a PM para reforçar o policiamento nos pontos de ônibus”. Polícia aponta dois perfis de assaltantesA Avenida Adhemar de Barros tem dois tipos de ladrão: os que roubam pedestres e os que assaltam casas comerciais e bancos. É o que explica o tenente-coronel Paulo de Tarso Alonso Uzêda, comandante da 12ª Companhia Independente da Polícia Militar (Ondina/Rio Vermelho). “Identificamos que os ladrões que roubam os pedestres geralmente estão em bicicletas, são mais jovens. Já os que assaltam os estabelecimentos comerciais agem com motos e bicicletas em parceria com carros”. Uzêda diz que os ladrões roubam com as motos e usam carros para despistar da polícia. O delegado João Cavadas destaca ainda que a avenida tem rotas de fuga que facilitam a ação de bandidos com motos e bicicletas.
Polícia intensifica blitze na Adhemar de Barros para conter aumento da violência: câmeras serão instaladas |
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