Quando a sobrinha de 3 anos da costureira Rosilda Santos, 23, começou a chorar por dores no ouvido, a alternativa foi ir ao Hospital do Subúrbio. Moradora de Praia Grande, ela havia tentado, antes, atendimento no distante Hospital João Batista Caribé (Coutos), mas não conseguiu por falta de equipamentos. A partir de hoje, odisseias como a de Rosilda podem ser menores, devido ao início de funcionamento da primeira Unidade de Pronto Atendimento 24h (UPA) na capital. No final da tarde de ontem, Rosilda foi conferir a inauguração da UPA. A partir das 7h, a unidade, que fica no bairro de Escada, no Subúrbio Ferroviário, iniciará o atendimento para cerca de 300 mil moradores da região oferecendo três especialidades médicas: clínica geral, pediatria e ortopedia. Acompanhado pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e do secretário estadual de Saúde, Jorge Solla, o governador Jaques Wagner lembrou que a UPA foi construída próxima à casa em que morou na década de 70. “Morei aqui do lado, em Itacaranha. Em um tempo que não tinha nem água encanada. (A UPA) é um conjunto de intervenções importantes para uma população tão grande de gente que precisa do SUS para melhorar sua condição”, afirmou. De acordo com Padilha, de cada mil pessoas que procuram atendimento em uma UPA, apenas três precisam ser encaminhadas para um pronto-socorro. “Mais do que desafogar, é racionalizar. Quando se tem um hospital de média e alta complexidade, os equipamentos e preparações são para intervenções mais complexas” disse Wagner. ServiçosA previsão é de que sejam realizados até 500 atendimentos por dia. De acordo com o gestor médico da unidade, Jurandir Ramos, os moradores da região terão acesso a serviços como Raios X, laboratórios, ultrassonografia e eletrocardiograma. “Por turno, são seis especialistas, entre clínicos gerais, pediatras, ortopedistas e médicos para diagnósticos por imagem”, destacou Ramos. A estrutura física obedece ainda a um esquema baseado em cores. Como em emergências os pacientes costumam reclamar da espera, a UPA de Escada vai seguir a forma de atendimento baseada em “classificação de risco”. No lugar da ordem de chegada, o paciente será encaminhado a uma enfermeira, que fará avaliações a partir dos dados vitais. “É justamente esse risco avaliado que vai estimar a ordem de atendimento. Quem tiver com maior risco será atendido primeiro”, explicou o diretor médico da unidade, Victor Pepe. NíveisSegundo Pepe, o desafio é fazer com que a população compreenda os casos que devem ser encaminhados à UPA. “O paciente que estiver jogando bola e torcer o tornozelo deve vir para cá. Se tiver uma fratura exposta deve ir para o hospital. Já uma pessoa com quadro hipertensivo deve vir para cá. São situações de média e baixa complexidade”, elencou Ramos. Roberto Santos recebe recursosNo mapeamento das maiores emergências do país, o Hospital Geral Roberto Santos, no Cabula, foi incluido no ranking dos 11 mais “críticos”, segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Na tarde de ontem, o ministro esteve na sede do hospital, visitou a emergência e assinou o termo de compromisso para liberação do incentivo anual de R$ 3,6 milhões. “São situações críticas de lotação, onde mais pessoas vivem o risco entre a vida e a morte”, explicou Padilha. Com a assinatura, será implantado o Núcleo de Qualidade do Atendimento. “Ele servirá, por exemplo, para organizar a recepção, reduzir o número de pessoas na maca”, acrescentou. O incentivo faz parte do programa federal S.O.S Emergências. Para 2012, está prevista a inauguração de uma UPA 24h, ao lado do Roberto Santos.
Veja também:
Leia também:
AUTOR
AUTOR
Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!
Acesse a comunidade