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Em Salvador, quando um agente de trânsito mirar nos carros com um equipamento que lembra uma arma, apenas o motorista imprudente precisará temer. É que ontem, no Viaduto dos Reis Católicos, no Canela, a Transalvador iniciou testes com um radar portátil. O objetivo do órgão é colocar quatro equipamentos em operação, dentro de 60 dias, fiscalizando a velocidade dos condutores. “O equipamento é tipo uma pistola e funciona a laser. Pode ser operado por um agente ou ser programado para funcionar em um pedestal. É o mesmo equipamento já utilizado pela Polícia Rodoviária Federal”, explica o titular da Transalvador, Fabrizzio Muller. Segundo o superintendente, o órgão já está estudando os pontos onde os radares portáteis poderão ser utilizados. O que já dá para garantir é que viadutos - como o do Canela, onde houve o teste ontem – e passarelas serão os principais locais que abrigarão os agentes com os equipamentos. “Do alto, você tem uma visão privilegiada. Permite, por exemplo, monitorar mais de uma via e tem também uma questão de segurança do agente”, disse Muller.
Custo O equipamento testado ontem é do modelo TruCam e custa, em média, R$ 140 mil para compra. Porém, a prefeitura pretende alugar os radares, que custarão mensalmente R$ 7 mil cada. “Trata-se de um equipamento frágil, por isso a locação é a melhor opção. Se tiver problema, troca”, justifica Muller. “Esse equipamento é utilizado pela polícia norte-americana e aqui no Brasil é homologado pelo Inmetro. Tem capacidade para medir a velocidade e a distância de até três carros por segundo, a depender da velocidade. É utilizado em Minas Gerais, Rio Grande do Sul e São Paulo”, diz Emerson Pablo Nunes, representante da Laser Tech. “O laser bate na estrutura do carro e retorna com a informação da velocidade e da distância”, emenda Nunes, explicando que o radar faz registros em foto e vídeo. Segundo o representante, o veículo pode ser detectado tanto de frente quanto pela traseira. Ele diz ainda que, se a prefeitura optar pelo uso dos equipamentos, Salvador será a primeira cidade do Nordeste a possuir esse equipamento em funcionamento no trânsito urbano - atualmente, apenas a PRF utiliza nas rodovias federais. Na capital paulista, o radar portátil é utilizado prioritariamente para fiscalização da velocidade de motociclistas, que burlam o radar fixo, por exemplo, cobrindo a placa com uma das mãos. Aqui, o superintendente Fabrizzio Muller diz que tanto carros quanto motos não escaparão do laser.
Placas A sinalização não muda com o radar portátil, já que uma resolução de novembro de 2011 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) acabou com a obrigatoriedade de haver avisos específicos em vias com fiscalização eletrônica. A lei exige que seja apenas indicada a velocidade máxima permitida na via. Essa mesma resolução estabelece que, nas vias urbanas que já contam com medidores fixos de velocidade, os portáteis têm que ficar, no mínimo, a 500 metros de distância do fixo. “Acreditamos que, quando a população se sentir fiscalizada, vai passar a respeitar mais as regras de trânsito”, diz Muller. Enquanto testa os equipamentos portáteis, a prefeitura também tem que resolver o problema dos equipamentos já existentes na cidade e que não funcionam: as lombadas eletrônicas estão desativadas desde maio de 2012 e os radares fixos desde outubro de 2011, devido ao encerramento do contrato com a empresa Eliseu Kopp Tecnologia. Segundo Fabrizzio Muller, a Transalvador já está preparando a documentação para iniciar uma licitação, que deve ser concluída dentro de três meses. Já os fotossensores (que monitoram velocidade, avanço de sinaleira e parada em cima da faixa) estão voltando a funcionar aos poucos. Ao todo, 56 já estão funcionando na cidade e, segundo Muller, outros 24 vão entrar em funcionamento até o final deste mês.
Matéria original do Correio Transalvador quer usar radar portátil contra condutores muito apressados