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SALVADOR

Traficante que matou menina no Brongo já fez parte do Exército

JC foi preso durante uma operação na Ilha de Itaparica. Ele fazia parte de uma das quadrilhas que trocou tiros no Pau Miúdo. Um dos disparos atingiu e matou Daiane dos Santos, de 8 anos

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26/03/2014 às 19:40 • Atualizada em 27/08/2022 às 13:36 - há XX semanas
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O traficante responsável pela morte da menina de oito anos na localidade do Brongo, no bairro de Pau Miúdo, já fez parte do Exército brasileiro. De acordo com informações da Polícia Civil, João Carlos dos Santos Cardoso, mais conhecido como JC, atuou como armeiro no Exército e era responsável por esconder as armas utilizadas pela quadrilha, onde atuava como gerente. A vítima, Daiane Ramos dos Santos, foi baleada na cabeça durante uma troca de tiros entre traficantes no dia 14 de fevereiro. JC foi preso dentro de casa na tarde da terça-feira (25) na comunidade de Porto Santo, na Ilha de Itaparica, durante uma operação conjunta entre os departamentos de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e de Narcóticos (Denarc) e das Rondas Especiais da Polícia Militar (Rondesp/RMS).
JC foi um dos traficantes envolvidos na morte da menina Daiane, no Pau Miúdo (Foto: Divulgação/Polícia Civil)
Ele foi apresentado pela polícia na tarde desta quarta-feira (26). A operação foi formada depois que uma denúncia de que JC iria receber do primo dele, o traficante Adelan da Silva Santos, dois quilos de maconha e 50 gramas de cocaína, no no Terminal Marítimo de Bom Despacho. Integrante do Almanaque do DHPP, criado durante o carnaval, JC foi o primeiro a ser preso. Adelan foi preso logo em seguida com a droga, enquanto JC estava com uma granada de luz e som. Procurado desde a morte de Daiane, o traficante já tinha madados de prisão em aberto por homicídio. JC era o gerente da quadrilha chefiada por Pernoca, que já foi preso, na localidade do Milho, no bairro do IAPI.
Daiane, 8 anos, foi morta com tiro na cabeça (Foto: Mauro Akin Nassor)
Eles eram rivais da quadrilha de Jéferson Guedes da Silva, mais conhecido como Sem Dente, que atua nas localidades do Brongo e Floresta. De acordo com a delegada do DHPP, Mariana Ouais, JC esteve no Brongo com os comparsas, no dia do crime, a procura de Sem Dente.Como não encontraram o líder, as duas facções trocaram tiros. Um deles atingiu Daiane, que chegou a ser socorrida pelos pais, com a ajuda de um vizinho, para o Hospital Ernesto Simões Filho, mas não resistiu e morreu.Além de JC, um sexto suspeito é procurado. “Tivemos a informação de que o Júnior Mamãe também participou da ação que resultou na morte da menina”, declarou o major Carlos Humberto Moreira, comandante da 37ª Companhia Independente (Liberdade).De acordo com o oficial, o grupo de Dimas entra em confronto constantemente com os líderes do Brongo: Cristiano, chefe da localidade do Murão, e Sem Dente, que foi preso no ano passado pela morte do menino Yuri, de 2 anos, em setembro do ano passado, e que controla a região chamada de Beira.“A guerra entre eles já ceifou várias vidas, algumas sem ligação com a criminalidade”, declarou.Além do Milho e o Brongo, o IAPI tem a localidade de Floresta, cujas bocas de fumo são de domínio de Seu Perna.Na época, familiares e amigos da menina realizaram protestos na cidade. Eles usaram pedras e queimaram pneus na Avenida de Barros Reis. “Minha filha foi assassinada à queima-roupa. Ela brincava na porta de casa, quando os bandidos desceram atirando; Como não tinham baleado ninguém, um deles olhou para ela e atirou. Minha filha pediu para não morrer, mas foi em vão”, declarou o pai de Daiane, Aldair.
Aldair Nascimento Santos, pai da vítima, realizou protestos e pediu justiça "Minha filha pediu para não morrer, mas foi em vão" (Foto: Mauro Akin Nassor)
Outra criançaDaiane foi a segunda criança a morrer no Brongo em cinco meses. No dia 26 de setembro do ano passado, o garoto Yuri Conceição Machado, de 2 anos, foi morto com um tiro na cabeça quando brincava na porta de casa. Na ocasião, quatro homens trocaram tiros na Rua Antônio Balbino e um dos disparos acertou a criança. O pequeno Yuri, que brincava em um velotrol, se assustou com os tiros e tentou se esconder em uma escada, mas acabou atingido.No mesmo dia, moradores da região fecharam a 1ª Travessa Conde Porto Alegre em protesto contra a morte da criança. Cerca de 30 pessoas, entre parentes e vizinhos do garoto, queimaram galhos de árvore e entulho em um protesto contra a violência no bairro e exigindo justiça após a morte do garoto. Acusado de matar o garoto Yuri, o traficante Luís Leandro Pinto de Jesus, o Caveirão, foi preso no dia seguinte, junto com os traficantes Zoi e Sem Dente, que também teriam participado do crime. Caveirão trocou tiros com soldados da 37ª CIPM e foi baleado na coxa esquerda. Ele foi socorrido para o Hospital Ernesto Simões Filho. Quatro cúmplices do traficante entraram em confronto com policiais da unidade médica durante uma tentativa de resgate de Caveirão. Eles fugiram após a troca de tiros.Matéria original: Correio 24 Traficante que matou menina de 8 anos no Brongo já fez parte do Exército

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