Após uma reunião que acabou depois das 22h de ontem, a expectativa era de bater o martelo ainda hoje sobre o reajuste dos servidores estaduais. “Fizemos uma contraproposta, que eles vão levar amanhã (hoje) para ser apreciada em assembleia, e à tarde teremos outra reunião, na qual já esperamos bater o martelo”, contou o deputado Zé Neto, líder governista na Assembleia. Os sindicalistas também estão otimistas sobre o fim do impasse. “Esperamos resolver isso logo amanhã”, emendou Marilene Betros, da APLB. No início da semana, o governo anunciou um reajuste de 2,5%, mas os servidores querem, no mínimo, a reposição da inflação: 5,84%.
No segundo dia de negociações, a reunião começou sem o governador Jaques Wagner. Seis líderes de categorias foram até o CAB, onde apresentaram suas propostas aos secretários de Administração e de Relações Institucionais, Manoel Vitório e Cesar Lisboa, respectivamente, além do líder governista na Assembleia Legislativa, deputado Zé Neto (PT). Posteriormente, Wagner apareceu no encontro, ajudando nos diálogos. O índice de reajuste apresentado é mantido a sete chaves, tanto pelo governo, quanto pelos sindicalistas. Mas o deputado Zé Neto adiantou que o reajuste de 2014 está no conjunto do acordo que deve ser selado hoje. Na pauta dos servidores, estavam seis princípios definidos pela manhã, numa outra reunião dos sindicatos. Entre eles, a reposição da inflação e o início das negociações referentes ao reajuste do ano que vem. “Queremos a inflação mais um ganho real”, disse Marinalva Nunes, coordenadora da Federação dos Trabalhadores Públicos do Estado da Bahia (Fetrab). “A Bahia não pode mais ficar atrás dos outros estados do Nordeste”, acrescentou, se referindo à reportagem publicada ontem pelo CORREIO, que mostrava que entre os estados nordestinos que já anunciaram o reajuste dos servidores, o governo baiano foi o que ofereceu o menor percentual. AssembleiaPela manhã, os servidores não estavam nada satisfeitos com o governador. Em reunião na Associação de Funcionários Públicos do Estado da Bahia (Asfpeb), cerca de 50 representantes sindicais resolveram levar para a negociação o mesmo percentual de 5,84%, que cobre apenas o reajuste da inflação. Para eles, o governo está jogando, e já ofereceu 2,5% sabendo que teria margem para aumentar a oferta. “Observem a velocidade com que o governador retirou essa proposta? Isso já era uma estratégia montada”, falou José Dias, representante da Associação dos Policiais. Além da proposta principal, os sindicatos elaboraram quatro propostas alternativas. Dentre elas, uma delas falava em aceitar o percentual de 2,5% retroativo, e depois corrigir para os 5,84% a partir do mês de maio. Desta forma, o governo ia desprender R$ 421 milhões a mais com a folha de pagamento, enquanto a proposta inicial era de gastar R$ 223 milhões. Ou seja, uma diferença de R$ 199 milhões. “Para quem lutou ano passado por um reajuste de 22%, abrir mão dos 5,84% soa muito estranho, quase um desastre”, lembrou Dias, relembrando a trajetória sindical do governador. “Ele é, antes de tudo, um estrategista. Temos que ter cuidado, para depois ele querer usar o percentual de 5,84% para justificar não fazer negociações com cada uma das categorias”, ressaltou. Os servidores não estão mais preocupados com quem ganha menos de um salário mínimo. Na reunião de quarta, o governo garantiu que enviará um novo projeto à Assembleia que dará um percentual de 9% para corrigir o salário de quem ganha menos que o mínimo. Matéria original do Correio Servidores: acordo salarial pode sair nesta sexta (3)
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