O Secretário de Segurança Pública da Bahia, Marcelo Werner, afirmou que o Estado tem trabalhado para encontrar os chefes de grupos criminosos na Bahia, durante entrevista exclusiva para a TV Bahia, na manhã desta sexta-feira (22).
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"Temos trabalhado em ações para alcançar lideranças dessas facções, muitas delas, inclusive, em outro estado. É um fenômeno nacional. Essa dinâmica do crime não é só em relação local, mas com ramificações e esconderijos em outros estados da federação", declarou o secretário.
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De acordo com Werner, as operações vêm sendo intensificadas com o objetivo de combater a violência e a atuação de grupos criminosos em todo o Estado.
"A gente vêm intensificando operações porque a gente tem que trabalhar contra o crime organizado, contras as facções do estado da Bahia", afirmou.
Ainda segundo o secretário, os grupos criminosos na Bahia têm atuado com um sistema importado de outros estados do Brasil e apresenta grande poder bélico.
"As facções do estado da Bahia, com um sistema importado de outros estados da federação, têm demonstrado um poder bélico e isso se reflete no grande número que nós tivemos de armamento apreendidos esse ano", explicou.
"Precisamos trabalhar com inteligência, integrado, porque as facções criminosas são responsáveis pela grande maioria da violência que a gente vive", afirmou Marcelo Werner.
Segundo balanço apresentado por Marcelo Werner, somente em 2023 foram apreendidos mais de 4 mil armas de fogo. Uma média de 15 armas por dia. Além disso, em dois anos, 200 viaturas foram alvejadas e 136 policiais feridos durante patrulhamento da polícia ou em ações de operação.
Mapeamento
Outro ponto esclarecido pelo secretário foi o mapeamento da atuação dos grupos criminosos e por que a Bahia se tornou um estado atrativo para o tráfico de drogas.
"Nós temos algumas rotas do tráfico de drogas. A [sic] 'rota caipira', que vem pelo Paraguai e Bolívia, e a rota do Solimões, que vem por essa região também. Essas rotas são coordenadas e controladas pelas principais facções do nosso país. Essas facções dominam essas rotas e a partir dessas rotas começam a se associar com facções locais", explicou Werner.
Segundo o secretário de Segurança, o estado da Bahia, além de ser um mercado consumidor, também possui caminhos que possibilitam a movimentação das drogas.
"A Bahia é um estado importante, não só pela dimensão, mas pela população que nós temos. Não deixa de ser um mercado consumidor e também não deixa de ser um 'estado meio'. Por isso que na Polícia Federal, inclusive, são realizadas diversas operações ao longo da costa do Norte/Nordeste que são utilizadas para poder levar uma grande quantidade de cocaína até o mercado europeu e asiático", disse.
"A dinâmica das facções é de buscar controlar toda a possibilidade de escoamento, e dos mercados consumidores. É empresarial", completou.
Em relação à rota das armas utilizada pelos grupos criminosos, o secretário salientou a interiorização do policiamento, explicando ainda uso das estradas para a movimentação do material bélico.
"A gente vem realizando algumas investigações. Nós conseguimos interiorizar mais o policiamento. Não só o policiamento ostensivo através de alguns comandos regionais criados pela Polícia Militar, como em Bom Jesus da Lapa, Paulo Afonso e Teixeira de Freitas", disse.
"E com o comando da Polícia Rodoviária também porque a gente sabe que as rotas são utilizadas tanto para o tráfico de drogas quanto para o tráfico de armas", disse Werner, destacando ainda a atuação da FICCO, que integra as polícias Civil, Militar e Federal.
Blindados
Marcelo Werner voltou a explicar a utilização dos blindados, que chegaram a Salvador na manhã desta sexta-feira. Os três veículos serão utilizados no combate à violência na Bahia, em especial, segundo o secretário, em ações especiais de inteligência policial.
"Essas viaturas estavam programadas para vir à Polícia Federal. É uma compra que tem sido realizada para alguns estados da federação. [...] Eles são utilizados não só para a segurança e incursão em determinadas áreas, mas serão utilizadas para ações especiais que nós realizaremos através das informações de inteligência que estamos tendo, em especial, em áreas que têm um grande número de homicídios", esclareceu Werner.
Sistema prisional
Marcelo Werner também comentou sobre a atuação de chefes de grupos criminosos dentro de presídios e destacou a importância de interromper o fluxo de comunicação.
"Temos trabalhado no fornecimento das ações no sistema penitenciário porque a gente precisa interromper o fluxo de comunicação", afirmou.
"As principais facções do nosso país nasceram dos sistemas prisionais. Mostra mais uma vez que a gente tem que ter o cuidado com o sistema prisional, para que não tenha uma 'escola do crime'. Então, viemos fazendo muito para que a gente possa interromper a comunicação e possa realizar, inclusive, ações de investigação dentro [dos presídios]", salientou.
Por fim, o secretário falou sobre o sistema prisional dar condições de ressocialização, mas que a segurança pública não pode permitir que ações criminosas sejam comandadas destes locais.
"O sistema prisional tem que dar condições, e tem feito isso, de dar condições de ressocialização, mas aqueles que não querem, não podemos permitir que fiquem ali de dentro [dos presídios] comandando os crimes nas ruas", concluiu.
Redçaão iBahia
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