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SALVADOR

Salvador começa a relaxar depois da greve da polícia

Circulando pelas principais ruas e avenidas da cidade, ficava claro que a PM ainda não tinha retornado com força total

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13/02/2012 às 7:36 • Atualizada em 06/09/2022 às 9:33 - há XX semanas
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Onde você estava, neste horário, domingo passado? A pergunta direcionada para várias pessoas que circulavam ontem pelas ruas de Salvador teve resposta unânime: "Eu estava em casa". Pelo menos, parte dos que se trancaram em suas residências no final de semana anterior e enfrentaram o medo para trabalhar nos dias úteis, voltou a viver normalmente nesse domingo, primeiro dia após o fim da greve da PM. Ainda não era a rotina normal o que se via. Até porque, circulando pelas principais ruas e avenidas da cidade, ficava claro que a PM ainda não tinha retornado com força total. Da mesma forma, a população. Os restaurantes registraram bom movimento, mas sem fila de espera. As praias até estavam cheias. Porém, em um dia de sol como o de ontem, estariam lotadas. "Você vê que tem mesa vazia aí. O pessoal só vai sair de casa de verdade quando a PM voltar de vez. Quem conhece bandido é a PM. Esses homenzinhos (do Exército) não sabem o que é ladrão", afirmou a baiana de acarajé Mara Souza. "Domingo passado foi terrível. Viemos, montamos a barraca, mas decidimos voltar para casa. Na Barra, o projeto Ruas de Lazer dividiu espaço com tropas do Exército. O pequeno Gabriel, de 3 anos, brincava no balanço a cinco metros de um blindado Urutu, que tinha a companhia de vários homens da PM e de uma aula de aeróbica ao ar livre. "Esse aqui estava pintando o sete dentro de casa. Às vezes, perguntava porque a aulas da escola não tinham voltado. Aí eu respondia: ‘Porque a polícia não deixa, filho’", disse a mãe do garoto, a fisioterapeuta Amanda Sampaio. O cãozinho Thor também já estava agoniado. Na maior parte dos dias de greve, não teve direito a passeio. Ontem, pôde voltar às ruas ao lado do seu dono, o estudante de engenharia Thiago Correia, 21 anos, que tomava água de coco no Jardim de Alah, onde três viaturas e cinco PMs faziam a segurança. "A gente percebe que em alguns locais a polícia voltou. Só que mais para dentro da cidade a segurança não é a mesma", observou Thiago. Alguns policiais interpelados pelo CORREIO entraram em contradição. Uns diziam que nem todos os colegas estavam nas ruas, outros faziam questão de ressaltar que não havia faltas. "O pessoal deve começar a retornar mesmo nesta segunda", acreditava um soldado, que fazia segurança no Campo Grande. "Está todo mundo na rua, sim. Está tudo tranquilo", garantiu um sargento em Armação. No Pelourinho, a exemplo do aconteceu durante a greve, não faltava segurança. "No nosso batalhão, o 18º (Centro Histórico), ninguém parou. É uma filosofia nossa", destacou um soldado no Cruzeiro de São Francisco. No Parque da Cidade, onde oito homens da PM – inclusive da Polícia Ambiental – podiam ser vistos no final da manhã, o show do Ilê Aiyê aconteceu normalmente. O pipoqueiro Cláudio de Jesus já havia vendido mais de 100 saquinhos de pipoca ao final da apresentação. "Até vim na semana passada, mas nem botei o carrinho. Estava muito vazio e fiquei com medo. Ia vender para quem? Para os bandidos?", questionou.

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