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O Largo da Lapinha será um dos pontos que passarão por requalificação (Foto: Divulgação) |
O dominó de todo dia dos amigos José Carlos dos Reis, 62 anos, e Marlon Ramos, 38, no Largo da Gengibirra, na Liberdade, é cheio de desconforto. O banco está torto, por conta dos desníveis no piso da praça. A pintura do espaço de convivência está descascando e com cara de que não recebe nem uma mão de tinta há tempos. Mesinha para o tabuleiro? Um luxo que eles não têm. Mas, nos próximos meses, a promessa é de que o Largo da Gengibirra vai ficar bem diferente – os amigos vão poder até ostentar mesas para o jogo. Além disso, o visual de outros importantes largos da região, como o da Soledade, da Lapinha, do Guarani e o do Queimado, além da Rua Lima e Silva (incluindo o Largo do Plano Inclinado e a Feira do Japão), vai mudar. Isso porque, através do programa municipal Centralidades, toda a Liberdade deve ficar de cara nova. O bairro será o primeiro a receber as ações do projeto, a exemplo de pavimentação, drenagem, melhorias na iluminação e paisagismo. Ao todo, serão cerca de 50 mil m² de área reurbanizada. Os próximos bairros que devem passar por requalificação não foram fechados, mas, segundo a presidente da Fundação Mário Leal Ferreira (FMLF), Tânia Scofield, todos os locais são bairros consolidados, antigos e populares. “Atuamos nos centros desses locais, para onde toda a população do bairro converge por algum motivo. E escolhemos a Liberdade para começar porque há muito tempo não se faz nenhuma intervenção estruturante”. Apesar de o valor total do projeto ainda não ter sido definido, todas as obras devem ser bancadas pelo município. A licitação será publicada até julho, quando o projeto executivo for concluído. Só então será marcado o prazo para início e fim das obras.
Identidade Ainda de acordo com Tânia, o que norteou o projeto da Liberdade foi a intenção de priorizar o pedestre. “Mas não vamos desconsiderar a identidade local da Liberdade, que é muito forte, especialmente com o comércio e com os ambulantes. As praças ali são pequenas, mas o projeto pensou nos usos que os moradores fazem dela, seja com um parquinho infantil, com bancos ou com academia para idosos”, explica. Também serão feitas melhorias nos pontos de ônibus, além da construção de banheiros públicos, espaços para caminhadas e atividades físicas e novo paisagismo. Só não foi definido ainda se as redes elétrica e de telecomunicações serão aterradas. “Vamos decidir em breve, porque tem um custo muito alto”. Todas as medidas foram discutidas e pensadas a partir de oficinas realizadas com a própria comunidade, especificamente para isso. Foram três oficinas: em novembro, em dezembro e em janeiro. Até que, na última quarta, o projeto foi apresentado aos moradores. “Buscamos ouvir o cidadão para que ele se sinta participante, tanto do processo quanto da construção. Hoje em dia, está em voga a importância de definir dentro dos bairros os centros de convivência para as pessoas”, diz o secretário municipal de Urbanismo, Silvio Pinheiro. Para completar, todo o comércio informal da Liberdade será ordenado. Na Rua Lima e Silva e na Feira do Japão, todos os ambulantes devem receber barracas padronizadas. Segundo a secretária municipal da Ordem Pública, Rosemma Maluf, os equipamentos que serão disponibilizados devem ter dimensões de 1m x 0,8m. “O ambulante faz parte daquele cenário. As calçadas serão alargadas e as barracas terão locais estabelecidos para a instalação”. Ao todo, existem cerca de 200 comerciantes informais na Lima e Silva e outros 140 na Feira do Japão.
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