Novas rachaduras nas obras de reparo de uma cratera voltam a assustar os moradores da Boa Vista do Lobato, nesta quinta-feira (15) - o buraco surgiu durante escavação do túnel do Corredor Transversal 1, Ligação Lobato-Patamares. A cratera surgiu na segunda-feira (5) e fica acima da construção de um túnel de 118 metros. Funcionários do Consórcio Transoceânico Salvador (CTS), responsável pela obra, alegaram que as rachaduras são normais, e que o reparo não havia sido concluído. “É como uma camada de bolo, colocamos uma camada de concreto e esperamos” disse um funcionário da obra, que pediu para não ser identificado.
"Ontem eles terminaram o reparo, deram como ‘ok’, e chegaram a liberar parte da rua daqui de cima [Boa Ventura], quando foi hoje de manhã vimos o surgimento das rachadura, e a informação mudou, aumentaram o isolamento da rua não permitindo a passagem de automóveis, mas alegaram ser normal que a terra tem que ir assentando” relatou José Augusto, líder comunitário.
A moradora Eliete Queiroz, 46 anos, que tem sua casa fora do perímetro de segurança, hoje teve a visita da assistente social e de engenheiros da CTS, após surgimento de rachaduras nas paredes. “Desde que começou a soltar a bombas que surgem rachaduras, eu não quero sair, mas eles têm que evitar que minha casa caia”, relata Eliete.
No momento, 65 famílias já estão fora de suas casas recebendo auxílio-alugueis, com valor em torno de R$ 500,00. Mas a medida, mesmo temporária, não deixa os moradores tranquilos. “Deixar minha casa para ir morar na casa dos outros, essa aqui foi eu que fiz a 44 anos atrás, e agora eles me dizem que só poderei voltar em, no mínimo, 1 ano", nos contou Carlos Francisco de Castro, de 67.
Alguns moradores, como Valter Arcanjo, 37 , têm receio de retornar para casa “Meus filhos estão com medo de voltar para casa. Hoje (a empresa) disse que o reparo tinha sido concluído e voltou a rachar, quem vai garantir a segurança depois para a gente?” questionou o morador da rua Osvaldo Martins de Castro.
O CORREIO entrou em contato com a Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder) que alegou que apenas o Consórcio Transoceânico Salvador (CTS) poderia passar as informações, ninguém da CTS foi encontrada para comentar. Esse trecho da obra segue interditada pela Secretaria Municipal de Urbanismo (Sucom), sem previsão de nova vistoria.
* Adônis é integrante da 9ª turma do Programa Correio de Futuro
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