Público lota a Praça Cayru na abertura do Réveillon do Comércio

O champanhe ainda não estourou, os fogos ainda não ganharam o céu, mas... Feliz Ano Novo! Pois é, 2015 começou ontem. Precisamente às 20h45, quando Carlinhos Brown evocou o seu padrinho, Obaluaê. Na terceira música do repertório, com o tradicional banho de pipoca, estavam abertos os caminhos para o novo ano. Adeus, 2014!

O Réveillon Salvador 2015, promovido pela Prefeitura, estreava seu palco principal duas músicas antes. Em uma Praça Cayru que recebeu 100 mil pessoas, o cacique cantou Muito Obrigado, Axé e deu a partida para a série de shows no bairro do Comércio. Saulo Fernandes, Jorge e Mateus e o DJ francês Bob Sinclar também abrilhantaram a noite, tendo como panos de fundo o Elevador Lacerda e o Mercado Modelo.

“A Cayru é o retrato fiel da Bahia, assim disse Riachão. Quando o cidadão pisa na Cidade Baixa, ele pisa na essência da Bahia. Os personagens de Jorge Amado estão aqui. Não tem coisa mais Bahia do que isso”, afirmou Brown, sonhando com uma cidade renovada. “Não é o momento de depreciar a cidade. Ela está retomando seu crescimento”, emendou, e convocou a galera para a festa da virada. “Pode descer! Tá seguro, tá bonito”, anunciou.

O prefeito ACM Neto comemorou a consolidação do Réveillon em pleno frontispício da cidade. “Dá para ver que não é exagero afirmar que Salvador hoje tem o maior Réveillon do Brasil. Um produto novo. Vai atrair turistas, movimentar a economia e, acima de tudo, reforçar o espírito festivo desse povo”, afirmou.

A Polícia Militar repetiu o que fez ano passado e instalou barreiras de revistas em todos os acessos à festa. Em alguns momentos, houve fila. Ontem, a galera desceu de todos os cantos da cidade. Do Uruguai a Itapuã, da Barra à Ribeira, tem gente que pretende marcar presença em todos os quatro dias de festa no palco principal, da primeira à última atração.

Na frente do palco, a assistente comercial Ana Rita Guimarães, 40 anos, se bulia toda antes da música começar. “Eu vim ver Brown porque ele é do povão. Já to agoniada aqui. Mas não dispenso Jorge e Mateus e Saulo. Aliás, quer saber de uma? Eu venho pra todos os shows”, avisou logo.

Enquanto acompanhavam a participação de Saulo cantando Raiz de Todo Bem em pleno show de Brown, os estudantes Bruno Oliveira, 17 anos, e Jamile Santos, 16, explicaram o motivo a mais que têm para comparecer toda noite. Moram na Gamboa de Baixo e cumprem um percurso de poucos metros para chegar na festa.

“Como é que não vem? Ainda mais que somos vizinhos de Ivete (Sangalo). No dia da virada tem show dela, né? Eu vou gritar do meio do público: ‘E aí, vizinhaaaaaaa’”, brincou Bruno, que reside perto da Mansão dos Cardeais, onde Ivete Sangalo mora.