A menos de um mês para o início da rodada de jogos da Copa 2014, protestos contra o mundial dão o tom desta quinta-feira (15) em diversas capitais do país. Com o questionamento "Copa pra quem?", movimentos sociais, organizações civis, partidos políticos, pessoas atingidas por grandes obras e ativistas irão para as ruas nesta tarde com a bandeira: "Copa sem povo: tô na rua de novo".
Salvador é uma das cerca de sete cidades-sede que irá aderir às manifestações deste 15 de maio; Rio de Janeiro, Brasília, Fortaleza, Belo Horizonte, São Paulo e Porto Alegre também estão na lista. As confirmações pelo Facebook passavam das 12 mil até a noite desta quarta (14) nas diversas cidades.De acordo com a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SPP/BA), inicialmente, não há nenhum esquema especial montado para o protesto em Salvador, mas a PM acompanhará todo o trajeto dos manifestantes, que sairão em passeata da Praça da Piedade, por volta das 17h, em direção à Arena Fonte Nova. Será utilizado um efetivo de aproximadamente 140 homens, o que inclui os profissionais que farão o controle de tráfego. A 28 dias para a Copa do Mundo, movimentos vão às ruas protestar contra o eventoDe olho nos black blocs, governo não descarta prisões na Copa do Mundo
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Em São Paulo, alguns protestos já aconteceram pela manhã. Às 6h30m, metalúrgicos convocados por grupos ligados à Força Sindical fecharam as cias das zonas Sul, Leste e Oeste. Simultaneamente, o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) fechou algumas vias de grande fluxo. Ao meio-dia, estudantes da USP protestaram na reitoria. Na capital paulista, também às 17h, ocorrerá a maior manifestação da cidade.
As mobilizações deste 15 de Maio, intitulado 15M - Dia Internacional de Lutas contra a Copa, foram definidas no início do mês, no Encontro dos Atingidos – Quem Perde com os Megaeventos e Megaempreendimentos, organizado pela Associação Nacional dos Comitês Populares da Copa (Ancop), para denunciar violações de direitos humanos que ocorreram durante a preparação do Mundial.ReivindicaçõesOs manifestantes pretendem tomar as ruas, como ocorreu em junho do ano passado, quando uma série de atos mobilizou milhares de brasileiros durante a Copa das Confederações. Com o lema "Copa sem povo: tô na rua de novo", os manifestantes encampam onze reivindicações maiores, dentre as quais, o arquivamento dos projetos de lei que tipificam crime de terrorismo ou ampliam penas para danos causados durante manifestações. Os atos também cobram a desmilitarização das polícias, pensão vitalícia para as famílias dos nove operários mortos trabalhando na construção de estádios da Copa, bem como a responsabilização das construtoras.
Os movimentos também reivindicam o fim dos despejos e das remoções forçadas, a realocação de todas as famílias atingidas e a garantia de moradia digna. Defendem a democratização dos meios de comunicação, com ênfase nas transmissões dos jogos, que serão feitas com exclusividade pela Rede Globo, e investimentos em transporte público de qualidade, além da tarifa gratuita nos transportes públicos – pauta que movimentou o país no ano passado.
Foto: Mídia NINJA/Creative Commons |
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