A Polícia Civil prendeu um jovem suspeito de envolvimento na morte do padre Antonio Alves de Almeida, em junho deste ano. Ítalo Fernando Monteiro Santana, o "Tito", de 22 anos, será apresentado às 14h desta quarta-feira (19), pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). O corpo do padre foi encontrado dentro da casa em que morava, no bairro da Boca do Rio, com as mãos e o pescoço amarrados, sinais de apedrejamento e diversas facadas pelo corpo. O religioso atuava como capelão do Cemitério Bosque da Paz.
Relembre o caso Um inquilino do padre estranhou por que ele não respondia aos chamados e acionou a polícia. Uma das nossas equipes foi até o local e, quando entrou na casa, encontrou o corpo dele”, explicou o delegado Marcelo Sansão, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Ainda segundo o delegado, o padre usava camisa e bermuda quando foi localizado. Ele morava no segundo andar da casa, que tinha três pavimentos. Os outros dois, o padre alugava. O dinheiro desses aluguéis, segundo Sansão, ele remetia para os irmãos, que moram em Pernambuco. A casa tinha objetos revirados, louças sujas na pia, uma faca de serra sobre a cama e um tijolo. O padre, que morava sozinho, foi golpeado com o tijolo e com a faca. O delegado Sansão não soube precisar quantas facadas foram desferidas, mas ressaltou que foram “muitas”. O padre teve apenas um celular e as chaves do carro roubados. “Pelas evidências do crime, imaginamos que o crime tenha sido praticado por uma pessoa conhecida, pois não há sinais de arrombamento no imóvel nem de que ele teria reagido. Os vizinhos também não ouviram nenhum barulho estranho”, disse o delegado. Visitas Pessoas próximas ao religioso contaram que, ocasionalmente, o padre recebia visitas em casa para jogar pingue-pongue. As visitas não eram vistas com bons olhos pelo afilhado, o comerciante Mardosn Souza Almeida, 31, temia que algo acontecesse, já que o padre já havia sofrido uma tentativa de assalto “há alguns anos” e também acabou amarrado e trancado dentro do banheiro. “Pediam para ele entregar dinheiro, mas ele disse que não tinha. Três ou quatro bateram nele”, contou Mardson. "Eu sempre falava para ele não levar essas pessoas que ele não conhecia para dentro de casa. Porque, às vezes, ele só conhecia um deles, que levavam outros amigos. Mas ele não me ouvia”, contou o afilhado. Vaticano Além de atuar com capelão no Cemitério Bosque da Paz, padre Almeida também fazia celebrações em outras igrejas. A última foi no dia 2 de junho, na Comunidade Santo Antônio, da Paróquia Nossa Senhora da Esperança, no Stiep. Lá, ele fez a reza da Trezena de Santo Antônio. “A homilia dele foi linda, falando sobre o crescimento da espiritualidade e a importância de levarmos a fé para fora da Igreja”, contou Jerusa da Silva Lopes, que faz parte da Pastoral do Dízimo. Segundo a Arquidiocese, o sacerdote foi ordenado em 30 de novembro de 1975. Em seu Facebook, mantinha uma foto em que aparece junto com o Papa João Paulo II. Em nota, o arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger, lamentou a morte.
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