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SALVADOR

Planos inclinados de Salvador sofrem com problemas

O prefeito ACM Neto assinou ordem de serviço para reformar o Plano Inclinado Gonçalves

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27/04/2013 às 9:01 • Atualizada em 26/08/2022 às 19:11 - há XX semanas
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Dos equipamentos mais antigos usados para ligar a Cidade Baixa à Cidade Alta de Salvador, os três planos inclinados da capital baiana – Gonçalves, Pilar e Liberdade-Calçada – são mais do que pontos turísticos para quem chega à cidade. Eles são, assim como o Elevador Lacerda, meios de transporte que ajudam os próprios soteropolitanos a encurtar a distância entre a parte alta e baixa da capital baiana, evitando as tão famosas ladeiras do Centro Histórico. Mas faz tempo que os moradores de Salvador não contam com os três ascensores em regime integral. O Plano Inclinado Gonçalves, o mais antigo da cidade e que operava em sistema elétrico desde 1910, está fechado há dois anos e dois meses. Já o plano que liga a Liberdade à Calçada não opera desde setembro do ano passado - sete meses parado. Na manhã de ontem, o prefeito ACM Neto assinou a ordem de serviço para a reforma e modernização do Plano Inclinado Gonçalves, que liga o Pelourinho ao Comércio. A obra, que custará R$ 2,5 milhões, será paga com recursos próprios e deve durar oito meses, no máximo, embora a expectativa seja entregar o equipamento pronto no Natal. De acordo com a prefeitura, além de uma obra de contenção da encosta, o equipamento será modernizado e algumas peças trocadas, caso haja necessidade. Outras, que estejam em bom estado de conservação, passarão por reparos. Com apenas um dos três ascensores da capital baiana funcionando - o do Pilar, que liga o Santo Antônio Além do Carmo ao bairro do Comércio - a reportagem do CORREIO foi conferir a situação e encontrou problemas não só nos equipamentos, mas também no entorno.
* PLANO GONÇALVES ModernizaçãoInaugurado em 1874, ainda com vagões movidos a vapor, o hoje Plano Inclinado Gonçalves deveria ligar o Pelourinho ao Comércio em uma viagem de 3 minutos. Mas está parado há 2 anos e 2 meses, o que obriga moradores e trabalhadores a fazerem o trajeto, muitas vezes, a pé. É o caso da vendedora Ana Paula Ramos, 24 anos, que trabalha em uma loja de artesanato na Praça da Sé. A alternativa é usar o Elevador Lacerda ou subir pela Ladeira do Taboão, correndo o risco de assaltos, o que já aconteceu. Segundo Ana Paula, o Elevador Lacerda é a melhor opção, mas nem sempre funciona e muitas vezes há longas filas. “Quando tem navio no Porto, chego a ficar 40 minutos na fila. Para não me atrasar, subo a Ladeira do Taboão”, diz. Espera-se que a situação se resolva com a prometida modernização. Titular da Secretaria de Infraestrutura e Defesa Civil (Sindec), Paulo Fontana disse que o objetivo é entregar o equipamento no Natal. A obra é de responsabilidade da Superintendência de Conservação e Obras Públicas (Sucop) e será executada pela empresa TOCC. Por enquanto, a marquise do Gonçalves serve de abrigo para moradores de rua e sequer há segurança no local. “Quem usa mais somos nós, que trabalhamos aqui (no Pelourinho). Se voltar a funcionar, desafoga o Elevador Lacerda e eu não chego mais atrasada”, disse Ana Paula. A comerciante Leila Cabral, dona de uma loja no Pelourinho, também destacou a importância de o plano voltar a funcionar. Apesar de não depender diretamente do equipamento, ela diz que a procura dos turistas ainda é grande. “A maioria sente falta, o turista quando vem logo pergunta se ainda existe. E a gente tem que dizer que não”. O prefeito ACM Neto disse que a recuperação do Plano Gonçalves também terá importância política, econômica e social, já que fará integração entre o Comércio e o Centro Histórico. InformaçõesLocalização Liga o Pelourinho ao Comércio, a partir da Praça Ramos de Queiroz. Construído pelos jesuítas, era conhecido como Guindaste dos Padres Parado há 2 anos e 2 meses, segundo a Transalvador Duração da viagem é, normalmente, de 3 minutos Capacidade de 35 pessoas em cada uma das cabines. Transportava uma média de 9 mil passageiros por dia, quando funcionava * LIBERDADE-CALÇADA Abandono O Plano Inclinado Liberdade-Calçada foi inaugurado em 1981, mas parou de funcionar há sete meses. Está completamente abandonado. Quem antes usava o equipamento diariamente, 9 mil pessoas segundo a Transalvador, agora precisa se arriscar nas escadas por dentro do próprio equipamento ou de ônibus, o que torna a viagem longa. Morador do bairro do Pero Vaz, o comerciante Cosme Araújo, 60, agora leva mais de uma hora nos ônibus amarelinhos: “Hoje, levei quase 2 horas para chegar”, contou. Já o consultor Gilberto Nascimento, 47, que mora na Liberdade, anda até o Plano do Pilar pelo menos três vezes na semana para ir ao Comércio – cerca de 3 km. “O melhor acesso para a Calçada é por lá (Liberdade). Andar ou pegar ônibus demora muito mais”. Além disso, o fechamento do plano também leva risco aos passantes. O lugar virou abrigo para usuários de drogas, que ocuparam as cabines e, segundo moradores, também praticam assaltos. De acordo com o Comando de Operações da 16ª CIPM (Comércio), são feitas rondas diariamente e dois policiais ficam de plantão. A polícia disse que faz abordagens constantemente e já prendeu alguns assaltantes, mas não tem competência para retirá-los de lá. Uma das cabines do Liberdade/Calçada sofreu três incêndios no último dia 19. A suspeita é de que o fogo tenha sido ateado após uma briga entre usuários de droga. O incêndio foi controlado pelos bombeiros e ninguém ficou ferido. A cabine atingida ficou parcialmente destruída e parte dos equipamentos foi afetada. O prefeito ACM Neto disse que, ainda este ano, deve ser liberada a verba para a recuperação do Plano Liberdade-Calçada, que também custará R$ 2,5 milhões. Informações Liga o bairro da Liberdade, na Praça Nelson Mandela, à Calçada Parado há sete meses, segundo informações da Transalvador. O lugar virou abrigo para moradores de rua e usuários de droga Duração da viagem é, normalmente, de 2 minutos e 30 segundos. Quem vai de ônibus hoje pode levar até duas horas Capacidade de 35 pessoas em cada uma das cabines. Transportava uma média de 9 mil passageiros por dia quando funcionava
* PLANO DO PILAR Movimento fraco Dos três planos inclinados de Salvador, o do Pilar é o único em funcionamento. Ele terminou de ser construído em 1897 e foi restaurado em 29 de março de 2006. De lá para cá, deixou de funcionar algumas vezes por problemas técnico. Hoje, opera de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h, e aos sábados, das 7h às 13h. No entanto, segundo comerciantes e um funcionário que não quis se identificar, o movimento é baixo, apesar da tarifa de apenas R$ 0,15 O maior problema seria a falta de segurança na rua do Pilar. “Eu acho que as pessoas nem sabem que funciona. Tem que ter mais divulgação e segurança. Depois das 18h, não é mais seguro”, disse o comerciante Celso Silva, 59, dono de um depósito na rua ao lado. O funcionário diz que não há policiamento na via, que fica atrás do prédio da Receita Federal, no Comércio. A Transalvador confirma que não há guardas municipais no local. A 16ª CIPM (Comércio) diz que mantém dois policiais de plantão e uma viatura próximos ao Plano Inclinado do Pilar diariamente entre as 17h e as 23h. Informações Liga o Santo Antônio Além do Carmo ao Comércio Funcionando desde 29 de março de 2006, quando foi reformado no governo do ex-prefeito João Henrique Carneiro (PP) Duração da viagem é, normalmente, de 1 minuto e 30 segundos Capacidade de 25 pessoas por cabine, com média de 550 passageiros por dia. Hoje, o Plano Inclinado do Pilar arrecada cerca de R$ 1.800 por mês Matéria Original Correio 24h: Planos inclinados de Salvador sofrem com problemas; somente um deles ainda funciona

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