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SALVADOR

Pelourinho: riqueza cultural, orgulho da cidade!

Apesar de já não viver mais dias de glória, o Pelourinho, patrimônio cultural, ainda chama atenção dos turistas

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28/03/2011 às 16:59 • Atualizada em 27/08/2022 às 1:12 - há XX semanas
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Ruas estreitas, calçadas com paralelepípedos. Sobrados coloridos, construções seculares e gente simples, que já foi marginalizada pela história. O Pelourinho, no Centro Histórico de Salvador, é tudo isso. Apesar de sua atual situação de esquecimento por parte do poder público ainda é um dos pontos da cidade que mais chamam atenção dos visitantes. A trajetória do lugar é permeada por momentos de glória e também de degradação social, acentuada por lá na década de 60, quando da expansão de outras localidades da capital baiana, o que provocou a queda econômica do bairro. A palavra "pelourinho" identificava o lugar dos engenhos reservados para castigar escravos. O que é hoje um bairro com rica história cultural, polo musical e de artesanato baiano, também serviu para esta triste finalidade. Lá, os senhores de engenho castigavam publicamente os seus escravos, dando ao povo uma prova de poder. Porém, entre os séculos XVI e XX, a aristocracia de Salvador era população que habitava o Pelourinho. Políticos, comerciantes abonados e integrantes do clero se concentravam ali. As importantes sedes do poder também tinham suas bases no local, como Assembleia Legislativa, a sede do Governo do Estado, Câmara Municipal e a sede da Prefeitura. Atualmente, continuam naquela localidade a Câmara Municipal e a Prefeitura da cidade.
Atenção de estrelas Apesar de o nome ter sido mantido, o Pelourinho foi se transformando em um bairro, ou melhor, no mais imponente conjunto arquitetônico barroco de Salvador, abrigando as mais importantes entre as igrejas da cidade, além de sedes de entidades de respeito como o afoxé Filhos de Gandhy e o afro Olodum. É neste local - cuja sonoridade ecoada dos tambores chamou a atenção de personalidades da música mundial como Michael Jackson e Paul Simon -, que estão escolas que lapidam o talento de pequenos músicos, promessas de mostrar a outras gerações a riqueza musical da localidade. É a cultura que ainda guarda fortes influências das referências africana e indígena. Também no Pelourinho estão as diversas lojinhas de artesanato, que tanto chamam a atenção dos milhares de turistas que visitam a cidade a cada ano. Esses, por sua vez, não passam por Salvador sem ser "batizados" com uma caminhada pelas ladeiras do Pelô. É reggae, é roda de capoeira, é a conversa com os moradores, é a história de cada construção e o artesanato. Tudo quer expressar alguma coisa e o visitante acaba se rendendo aos encantos do lugar.
Tradição O projeto de recuperação do Pelourinho posto em prática pelo Governo do Estado, em etapas, a partir do ano de 1990, foi arrojado. Casarões, sobrados e templos ganharam novas estruturas e cores vivas. As ruas passaram a ter mais limpeza e segurança. Quem via o Pelourinho na década anterior conseguia perceber a diferença. O bairro ganhou, na época, ares modernos, o que era acompanhado pela promessa de maior qualidade de vida aos moradores e, claro, aconchego a quem chegava. O lugar havia resgatado sua pluralidade cultural e religiosa, sem perder sua singularidade turística, mas com o passar dos anos, isso perdeu fôlego. Pelas características topográficas, ao chegar na cidade, o navegador Tomé de Souza decidiu construir no Pelourinho, que fica em cima de uma muralha com quase 90 metros de altura, a base da cidade-fortaleza. O lugar era o ideal, pois estava localizado na parte mais alta de Salvador, de frente para o porto, facilitando identificar a ação dos inimigos que poderiam atacar pelo mar.

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