Depois de paralisarem as atividades por quatro horas, na manhã desta quarta-feira (11), 30% dos terceirizados do Instituto Médico Legal Nina Rodrigues (IMLNR) acordaram em voltar ao trabalho. Os funcionários da empresa Sandes Empreendimentos - terceirizada responsável pelos serviços dos assistentes de necropsia, motoristas de rabecão, auxiliares de limpeza e geladeira -, denunciaram ao CORREIO que estão há oito meses com pendências salariais e de benefícios.
Após conversa com o diretor financeiro do IML, Antônio Nonato, os trabalhadores iniciaram a liberação dos corpos, que havia sido afetada durante toda a manhã. Carros do rabecão e funcionários da limpeza também retornaram às atividades.
De acordo com o representante dos terceirizados, o auxiliar de necropsia Eduardo da Silva, 40 anos, eles vão trabalhar em regime de alerta até o dinheiro ser depositado. "Ele conversou com a gente e sugeriu 30% do efetivo, vamos trabalhar nesse ritmo porque precisamos que isso se resolva", afirmou. Ainda segundo o assistente, em um plantão natural de serviço, dois funcionários ficam na sala de necropsia, quatro em cada rabecão e outros dois permanecem na geladeira, de onde os corpos são liberados.
O CORREIO acompanhou a movimentação no IML durante toda manhã e a situação era de desespero para os familiares. Por volta de 11h30, a auxiliar de serviços gerais Iraildes Andrade, 50, conseguiu, após quatro horas de espera, liberar o corpo do irmão, Alencar Rodrigues Gomes, 49, que estava no IML desde domingo, por falta de vaga nos cemitérios municipais.
A família chegou a fretar um ônibus para levar a todos do bairro de Pernambués para o Cemitério Municipal de Periperi, onde o enterro seria realizado, às 10h. "Todo mundo teve que ficar lá esperando, só agora consegui tirar ele. Conseguimos marcar para a tarde", disse ao CORREIO. A família ligou para o cemitério, explicou o motivo do atraso e conseguiu remarcar o horário para 15h de hoje.
Os terceirizados do IML trabalham em regime de plantão com horários determinados de acordo com cada cargo. Motoristas e auxiliares de rabecão trabalham em esquema de 24x72 horas, já os assistentes de geladeira e necropsia trabalham 12x36 horas. De acordo com um motorista, que optou por anonimato, em caso de falta, os funcionários são colocados em outras funções. "Eles penalizam a gente fazendo isso, trocando nossas funções", denunciou.
Em nota, a Assessoria de Comunicação do Departamento de Polícia Técnica (Ascom/DPT) informou que o diretor financeiro da instituição esteve reunido com um grupo de funcionários, na manhã desta quarta-feira, e explicou que o estado não tem débitos com a empresa terceirizada. A instituição disse, também, que está em contato com a empresa para que a situação seja resolvida. "A fatura de novembro foi paga e a de dezembro ainda não venceu. Seu pagamento só pode ser realizado após a terceirizada pagar seus funcionários. O grupo de servidores que estava na reunião já retornou às atividades. O DPT informa, ainda, que não houve alteração nos serviços prestados pelos rabecões", acrescenta a nota.
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Redação iBahia
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