Eles subestimaram a Bahia. Acreditaram que aqui nunca seriam descobertos e tranquilamente poderiam aplicar um golpe milionário aos cofres públicos. Mas ficaram só na vontade. Paulistas, pai e filho foram presos nesta quarta-feira (29) por estelionato quando tentavam receber do Banco Central R$ 28,8 bilhões referentes a Títulos do Tesouro Nacional.
Antônio Rodrigues Neto, 65 anos, e Antônio Rodrigues Filho, 40, foram apresentados na 16ª Delegacia (Pituba), mas não quiseram falar com a imprensa. A dupla foi presa quando tentava abrir uma conta corrente em uma agência do Banco do Brasil, da Avenida Manoel Dias, na Pituba.
“Para a retirada da quantia voluptuosa, eles tinham que abrir uma conta no Banco do Brasil, mas o gerente-geral da agência desconfiou e acionou a polícia”, declarou a delegada Maria Selma Lima, titular da 16ª Delegacia.
De acordo com Maria Selma, pai e filho estavam em Salvador desde quinta-feira (23) hospedados em um hotel de luxo e tinham a intenção de receber do Banco Central, por meio desta conta, R$ 28,8 bilhões referentes a Títulos do Tesouro Nacional.
“Eles disseram que possuem uma empresa na cidade de Barueri, em São Paulo, e que os R$ 28 milhões são de uma ONG aberta em 2013. Isso vamos investigar", disse a delegada que, segundo ela, os acusados estavam na companhia de empresários baianos e de São Paulo. “Não sabemos ainda de fato a participação dos demais, mas vamos também apurar”, declarou.
Uma lista com nomes, CPFs e número de contas bancárias foi apreendida com a dupla. “Com certeza, depois que esse dinheiro entrasse na conta recém-aberta, o valor seria repassado para outras pessoas, que agora também serão alvo de investigação”, pontuou Maria Selma.
Golpe
Segundo Maria Selma, pai e filho chegaram à agência acompanhados de um advogado e com toda a papelada necessária para a abertura de uma conta. “O advogado era para dar lisura à transação, mas ele também foi vítima dos dois, pois fora trazido à Bahia com a garantia de pagamento de honorários milionários após a abertura da conta e a transferência da quantia”, contou a delegada.
Na agência, o gerente-geral do banco desconfiou da autenticidade dos documentos apresentados pela dupla. "Ele entrou em contato com o Banco Central onde foi constatada a fraude. Em seguida, ele chamou a polícia”, explicou. Pai e filho foram presos por uma equipe do Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco).
Durante interrogatório, os criminosos disseram que eram é alvo perseguição na capital paulista e por isso decidiram abrir a conta em outro estado. “Isso foi no primeiro momento, mas na verdade, eles disseram que achavam que aqui seria mais fácil não serem descobertos”, contou a delegada.
Ainda de acordo com Maria Selma, Antônio Filho informou que ficou preso por estelionato em Tocantins. “Mas acredito que tenham outras práticas delituosas. Vamos vasculhar a vida dos dois”, disse a delegada.
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Redação iBahia
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