Pacientes que se deslocaram para atendimento no hospital da criança Martagão Gesteira, no bairro do Tororó, em Salvador, não foram atendidos na manhã desta sexta-feira (9) porque o ambulatório da unidade estava fechado. Muitas das famílias vieram de cidades do interior do estado.
A situação foi relatada pela TV Bahia, que conversou com famílias que estavam na porta do hospital. "Não fomos sinalizados sobre o cancelamento da consulta. Trouxemos um bebê que está no oxigênio, é um desgate que temos de equipe e combustível para trazer a criança para ter esse acompanhamento. É uma falta de respeito com nós e com outras crianças", relatou o enfermeiro Matheus Carvalho.
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O iBahia entrou em contato com a assessoria do Martagão Gesteira para saber o motivo da falta de atendimento. A adminsitração do hospital informou que "algumas especialidades eletivas do ambulatório que ocorreriam na manhã dessa sexta-feira (9) foram reagendadas antecipadamente" e que os pacientes que possuem cadastro atualizado foram avisados previamente.
No entanto, ainda segundo o Martagão, dez deles, cujos telefones de contatos estavam desatualizados, não conseguiram ser contactados. O hospital ressalta que as consultas já foram remarcadas.
A administração da unidade de saúde reforçou também a importância da atualização cadastral por parte dos pacientes.
"O Hospital destaca, ainda, a importância de manter os dados cadastrais atualizados. Todo o restante do hospital permanece funcionando normalmente. Com 57 anos de existência, o Martagão é uma unidade exclusivamente pediátrica que atende crianças e adolescentes de todo o estado da Bahia e preza por atendimento humanizado e de qualidade", diz a nota.
Crise financeira
Por causa de repasses financeiros desatualizados, a maternidade pode precisar fechar 10 leitos da Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) ainda em dezembro.
Devido aos repasses desatualizados, feitos pelo Ministério da Saúde, governo estado e prefeitura de Salvador, a instituição tem um prejuízo mensal de R$890 mil por causa dos 30 leitos de UTI. Isso acontece porque manter um paciente em um desses leitos custa, diariamente, R$2,4 mil ao hospital, que só recebe R$1,2 mil para cobrir os gastos.
Este ano, o Martagão Gesteira vai finalizar o ano com um déficit de R$8 milhões. A maior parte dessa dívida é devido aos leitos de UTI. Em crise desde maio deste ano, o hospital precisou fechar 10 dos 40 leitos que a unidade possuía. Infelizmente, isso pode acontecer novamente e pelo mesmo motivo.
Atualmente, 22 leitos da instituição são administrados pela Secretaria de Saúde do Estado (Sesab). Os outros oito leitos são mantidos através dos repasses de verba feitos pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
Questionada sobre a situação do Martagão Gesteira, a Sesab afirmou em nota que ”os repasses vêm sendo feitos de forma consecutiva e regular”. Além disso, o órgão afirmou que tem tido conversas para que sejam contratualizados mais leitos de UTI.
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Redação iBahia
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