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SALVADOR

Orixá que vai reger o ano de 2013 já começou a agir em 2012

Orixá das ferramentas, referenciado pelas cores azul ou verde, Ogum também favorece a evolução da tecnologia e o progresso

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01/01/2013 às 18:30 • Atualizada em 02/09/2022 às 4:36 - há XX semanas
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Imagine-se dentro do grande salão onde ocorreu o julgamento dos envolvidos no escândalo do Mensalão. Repare naquele senhor negro, o ministro Joaquim Barbosa, relator do processo. Fixe nos seus olhos grandes, sedentos pela verdade. Se olhar bem no fundo da alma do magistrado do Supremo Tribunal Federal (STF), você vai encontrar um Ogum. Pois é. O orixá que vai reger o ano de 2013 já começou a agir em 2012. Ogum é o deus guerreiro, ‘relator’ do panteão dos orixás. Numa guerra, é ele que vai na frente. Como sempre faz, bebe na fonte do deus da justiça, Xangô. Assim regerá 2013. “Vai ser um ano de transparência, como foi 2012. O julgamento do Mensalão é uma prova de que Ogum vem com tudo em 2013”, acredita o babalorixá Sivanilton da Mata, o Babá Pecê, do terreiro Oxumarê, na Federação. “A própria figura de Joaquim Barbosa remete a Ogum. Estive em Brasília e ele nos perguntou seu orixá. ‘Você é de Ogum’, respondi”. O ano começa na terça, dia de Ogum. Entre os sacerdotes do candomblé, é quase unânime que o ano novo vai pertencer ao orixá que não gosta de covardia e mentira. De acordo com os búzios, será uma temporada de mudanças, transformações e conquistas. “Mas só para quem é guerreiro como Ogum. Com o coração verdadeiro, você pode contar com ele”, ressalta o babalorixá Carlos Barbosa dos Santos, o pai Gueji, do terreiro Ilê Axé Opô Igbalé, de São Tomé de Paripe. Ogum cobra de quem deve e descobre o que está escondido. Ainda mais ao lado de seus muitos aliados. No salão dos orixás, será assessorado por Iemanjá, que na mitologia iorubana é sua mãe. Também terá a seu lado Omolu, Oxalá, Exu e, como já foi dito, Xangô, que regeu ano passado e preparou terreno. Filhos de Ogum como Antônio Marques dos Santos, ogã do terreiro Casa Branca, também na Federação, estão radiantes. “Ogum é um guerreiro que defende as pessoas corretas. É o dono da minha cabeça. Sou lutador como ele”, acredita. Orixá das ferramentas, referenciado pelas cores azul ou verde, Ogum também favorece a evolução da tecnologia e o progresso. Além das ferramentas de guerra, é o criador dos utensílios agrícolas. “Um ano farto para a agricultura”, diz Babá Pecê. O fato de Ogum também ser um guerreiro, o ‘senhor das armas’, faz alguns terreiros acreditarem que este será um ano de violência. Um ano carregado. “Vai ser preciso rezar bastante. Não importa a religião, reze!”, aconselha o babalorixá Jailton Cerqueira Santos, do Ilê Iji Jagum Axé Iyá Ogunté. Para pai Jailton, Ogum vai se juntar a Omolu, o que deixará as coisas mais difíceis. “Tem que evitar andar por certos locais, porque a violência que está aí vai aumentar”, observa. “Um ano quente, de lágrimas e destruição para alguns”, confirma Alda Vieira, a mãe Alda, do Ilê Axé Oiyá Agimuda, em Itinga. Mas, na visão do Babá Pecê, o ano é ruim apenas para quem comete injustiças e prejudica os outros. “Como Exu, Ogum também é o dono dos caminhos. Quem anda certo vai ter muita prosperidade”. Pai Gueji também relativiza a ‘guerra’ que Ogum promove. “É uma guerra pelo que você é. É vitória. É liberdade”.

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