Os ônibus do transporte público de Salvador pararam de rodar novamente no bairro de Cajazeiras 7, no final da tarde desta sexta-feira (22), por causa da sensação de insegurança após a megaoperação deflagrada na região. A informação foi divulgada ao iBahia pela Secretaria Municipal de Mobilidade (Semob).
A mudança aconteceu poucas horas após o transporte ser retomado na localidade. O final de linha de Águas Claras permanece sem ônibus. Apenas em Cajazeiras 6 a operação do serviço funciona normalmente.
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Moradores de Cajazeiras 7 precisam descer na Estrada do Matadouro, que é a rua principal, e descer andando até o final do bairro. Já em Águas Claras, a população para na região conhecida como Praça da Mortadela, onde funcionava o antigo fim de linha, e seguir andando até o destino. Não há previsão ainda de retomada do atendimento na área.
A megaoperação segue em andamento e o policiamento é reforçado na região. Até a última atualização desta reportagem, 15 suspeitos tinham sido presos e 6 morreram em confrontos com os policiais.
Além do transporte, os setores da educação e saúde também foram prejudicados por causa da sensação de insegurança nos bairros. De acordo com Secretaria Municipal de Educação (Smed), cinco escolas estão sem aulas nesta sexta-feira. São elas: Eduardo Campos, Cantinho das Crianças, São Damião, Iraci Fraga e Francisco Leite. Com isso, cerca de 1769 estudantes foram impactados.
A Secretaria de Educação do Estado informou que o Colégio Estadual Santa Rita de Cássia, em Águas Claras, chegou a abrir pela manhã, mas, por precaução, os alunos que compareceram foram dispensados para voltar para casa. Os colégios estaduais Noêmia Rego e Dinah Gonçalves, em Valéria, e o Nossa Senhora de Fátima, no Derba, abriram, mas registram baixa frequência, ainda por causa de outras ações deflagradas nessa área há uma semana, desde a morte do policial federal Lucas Caribé.
Ainda em Águas Claras, a Unidade Básica de Saúde (UBS) Nelson Piauhy Dourado, que fica bem perto de onde as ações aconteceram nesta sexta-feira, também teve os atendimentos suspensos. Não há previsão ainda de retomada do funcionamento da unidade de saúde e nem das escolas. A operação na segunda-feira (25) será avaliada no fim de semana.
'Operação Saigon'
Batizada de "Operação Saigon", a ação cumpriu 43 mandados de busca e apreensão na área, segundo balanço divulgado pela Secretaria de Segurança Publica (SSP-BA) em coletiva. Participaram policiais civis, federais e militares. Armas, drogas e dinheiro também foram apreendidos durante as ações, que aconteceram também em Feira de Santana, a cerca de 100 km da capital.
Ainda segundo a SSP-BA, entre os 15 presos há mulheres e homens. Já das seis mortes, cinco aconteceram em Salvador e uma em Feira de Santana. Entre os mortos, um deles foi identificado como Eduardo dos Santos Cerqueira, conhecido como "Firmino". O suspeito seria uma das lideranças do tráfico de drogas em Águas Claras e é apontado como mandante de diversos homicídios na localidade.
Outro suspeito morto em confronto com os policiais é Gilmar Santos de Lima, mais conhecido como "Capenga". Segundo a SSP-BA, ele acumula uma extensa ficha criminal, incluindo tráfico de drogas e homicídio, e era chefe do tráfico em uma área conhecida como "Casinhas". A mãe de "Capenga" também foi presa como drogas, uma quantia de R$8 mil reais. A esposa dele portava uma arma.
Todos os custodiados foram encaminhados para a sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), onde ficarão à disposição do Poder Judiciário. Um dos mandados de prisão foi cumprido no Sistema Prisional contra um homicida. Todo material apreendido será encaminhado para o Departamento de Polícia Técnica (DPT).
As ações da operação continuarão pelo menos nos próximos dias, conforme informação divulgada pela diretora do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), delegada Andréa Ribeiro. A diretora explicou ainda que o grupo criminoso estava sendo monitorado há mais de um ano e só uma operação seria capaz de "alcançar esses indivíduos".
Sobre a participação da Polícia Federal na operação, o delegado Marcelo Siqueira, da PF, disse que a inclusão da corporação tem se intensificado, desde a criação da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco). E hoje "foi mais uma ação".
Redação iBahia
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