Quatro organizações não governamentais (ONGs) que vinham atuando irregularmente como forças policiais em festas populares foram alvos de oito mandados de busca e apreensão nesta quarta-feira (26). Segundo a Polícia Civil, as ONGs estavam fabricando fardas e carteiras para conseguir acesso gratuito a ônibus, eventos, estádios e cinemas, mesmo sem ter tal autoridade.Os mandados de busca e apreensão foram expedidos pelas 1ª e 2ª Varas Criminais de Salvador. Investigadores da Coordenação de Operações Especiais (COE) cumpriram a ação nesta manhã nas sedes das ONGs Interbusca Desaparecidos, na Avenida Sete de Setembro, Interbusca Bahia, no Matatu, Gapinj – Grupo de Agente de Proteção a Infância e Juventude, na Liberdade, Ropinju-DH – Rede de Oficiais de Proteção da Infância, Juventude e Direitos Humanos, instalada na Mouraria, e nas casas dos respectivos presidentes.
Nos locais, foram apreendidos carteiras de identificação, bastões, radiocomunicadores, documentos, fardas, computadores e até um revólver de calibre 38. O material, segundo a polícia, seria usado pelas organizações durante o Carnaval 2014.
ONGs se passavam por forças policiais de maneira ilegal (Foto: Divulgação) |
"Alguns grupamentos atuavam como se seus integrantes fossem Agentes Voluntários de Proteção à Criança e Adolescente, os antigos Comissários de Menores", diz o delegado Cleandro Pimenta, coordenador da COE. O delegado explica que que estes grupos agiam principalmente em festas populares, com pessoas fardadas, usando armamento não letal como spray de pimenta e bastões. "Os grupos se organizavam em patrulhas e agiam nos eventos como se fossem força policial e seus uniformes apresentavam símbolos privativos do serviço público, como Armas da República e símbolo do Tribunal de Justiça", diz.As ONGs não tinham autorização das Varas da Infância e cobravam mensalidade de R$ 25 em troca das carteiras de identificação - outras 700 novas credenciais seriam usadas no Carnaval e foram apreendidas hoje. Ao menos 20 instituições que agem da mesma maneira em Salvador e Região Metropolitana serão investigadas pela polícia.O delegado-geral Hélio Jorge disse que as instituições distribuíam "credenciais" expedidas pelas ONGs prevendo "passe livre" nos transportes públicos e em eventos que preveem fiscalização. O delegado-geral explica que o uso desta documentação identificando falsamente o portador como agente com poder de polícia é crime de falsidade ideológica."Qualquer cidadão que for constrangido, durante abordagem realizada por integrantes dessas supostas ONGs, deve acionar a polícia imediatamente e dirigir-se a uma delegacia para registrar ocorrência", acrescentou.Os presidentes e outros representantes de instituições investigadas podem responder por estelionato, constituição de milícia privada, falsificação de selo ou sinal público, falsidade ideológica e usurpação de função pública, com penas que podem chegar a 8 anos de prisão.
Matéria original: Correio 24h ONGs se passavam por forças policiais e cobravam R$ 25 por mês por carteira de identificação falsa
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