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Investigação

Número de vítimas de ginecologista acusado de assédio sobe para 13

Casos estão sob investigação da Polícia Civil. Médico está afastado do serviço

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Redação iBahia

02/08/2023 às 17:54 - há XX semanas
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					Número de vítimas de ginecologista acusado de assédio sobe para 13
Foto: Reprodução/TV Bahia

Subiu para 13 nesta quarta-feira (2) o número de mulheres que procuraram a Polícia Civil para denunciar o ginecologista Elziro Gonçalves de Oliveira, de 71 anos, por assédio. Os casos seguem sob apuração, com acompanhamento do Ministério Público da Bahia (MP-BA) e Conselho Regional de Medicina (Cremeb). O médico foi afastado das funções.

A primeira denúncia foi feita no dia 19 de julho. As situações, no entanto, aconteceram em momentos distintos, no centro médico do plano Caixa Assistência dos Empregados do Baneb (Casseb) e na clínica CAM, ambos em Salvador.. Alguns deles, 10 anos atrás. A maioria das vítimas procurou a polícia após a TV Bahia mostrar o primeiro caso. Elas contaram que ainda guardam os traumas das situações vividas.

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Uma dessas vítimas é uma comunicóloga de 24 anos que procurou o iBahia para relatar a situação. Ela contou que chegou a dar queixa na ouvidoria do Grupo CAM, onde ele atendia, mas não levou o caso para a polícia porque achou que não daria em nada.

Com a exposição do caso, a jovem registrou tudo na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (DEAM), que passou a acompanhar o caso após a transferência para a unidade. Inicialmente, a situação estava com a 6ª Delegacia Territorial (DT), que cobre a área onde a clínica fica, mas foi encaminhada para a especializada por causa do teor do caso.

Na última semana, uma vítima que até então não tinha dado entrevista conversou sobre o assédio com a TV Bahia. A mulher tem 58 anos e diz que foi atendida pelo ginecologista em 2015. Segundo a mulher, foram duas consultas. Na primeira, ela estranhou comportamentos, mas pensou estar enganada. Já na segunda, o assédio teria sido escancarado.

"Eu estava num processo de tratamento de câncer de mama, fazendo radioterapia, e estava cuidando da minha saúde, do meu corpo, e estive numa consulta com esse médico. Lá, na primeira consulta, eu já percebi uma situação estranha, um comportamento que não condizia àquela situação. Eu saí do consultório angustiada com aquilo,... mas voltei com o resultado dos exames", contou.

A mulher afirma que tudo teria começado depois de se abrir com o profissional sobre as mudanças que estava tendo no corpo com o tratamento contra a doença e com o processo de menopausa. Ao buscar orientações médicas, ela foi retribuída com comentários da vida pessoal e classificados por ela como impróprios.

"Ele trouxe a virilidade dele, falando a virilidade dele com a mulher, como é que ele fazia com a mulher. Uma coisa assim completamente descabível. Eu fiquei perplexa, só me dava vontade de sair daquele consultório. Eu angustiada, louca para terminar aquela situação ali logo. E eu nunca mais voltei", relatou.

O que dizem o médico e o grupo

Em nota enviada ao iBahia, o Grupo CAM informou que as denúncias feitas nos canais de comunicação para escuta são todas respondidas de forma sigilosa, garantindo a privacidade dos pacientes.

Ainda no posicionamento, o grupo, que foi fundado há 45 anos, disse que "preza pelo atendimento humanizado, atuação ética e em estrita observância à legislação vigente e seus valores e princípios, repudiando, veementemente, toda forma de assédio ou conduta desrespeitosa ou inadequada".

O Casseb afirmou em nota que uma comissão foi criada para investigar as acusações contra o médico e o resultado será entregue às autoridades.

Já o ginecologista, que tem 45 anos de exercício profissional e trabalha no Casseb há 30 anos, negou o assédio por telefone. Disse que foi ouvido pela coordenadora da unidade, afastado e viajou para outro estado. "Eu fiz a minha defesa. É... Não houve nada do que a paciente está alegando. Não estou entendendo o porquê. Nunca tive um queixa, nunca tive um problema", afirmou.

Disse ainda que explicou que abaixaria o lençol para explicar o preventivo para a paciente e negou que não usou luvas no procedimento. Em nota, a direção do Casseb confirmou que averigua o caso, convidou a denunciante para ser ouvida três vezes, mas teve os pedidos negados. Disse ainda que precisa ouvir a paciente para continuar com as investigações. A direção do plano afirmou ainda que desmarcou todas as consultas previstas para o ginecologista pelo prazo de 30 dias.

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