O número de pessoas atacadas por um homem com seringa na rua chegou a sete este ano, segundo informou nesta quarta-feira (19) a Secretaria da Saúde (Sesab). Um dos casos foi registrado em setembro e todos os demais aconteceram em outubro. Outros dois casos foram esclarecidos e não têm relação com os ataques que estão sendo investigados pela polícia.
A Sesab não tem informações sobre a procedência dos pacientes. Dos sete casos, pelo menos quatro já foram registrados na polícia. Um suspeito foi detido hoje na Estação Pirajá, quando um segurança estranhou o fato dele estar segurando uma seringa. Levado à 11ª Delegacia (Tancredo Neves), Roque Santos do Carmo, 38 anos, negou envolvimento nos ataques. Morador de rua e aparentando ter problemas mentais, ele afirmou que achou a seringa, que segundo ele tinha café, dentro de um lixo. Ele foi ouvido e liberado. Nenhum dos atacados o reconheceu.
Eliana mostra medicamentos que está tomando (Foto: Almiro Lopes/CORREIO) |
Casos
Um motorista de ônibus foi o primeiro. No dia 18 de setembro, Edson dos Santos Melo, 40 anos, registrou queixa na 3ª Delegacia por ter sido vítima de um ataque semelhante, na Ribeira. O motorista diz que parou o veículo que dirigia em um ponto quando foi perfurado na região da face por um homem desconhecido. “O cara entrou pela frente e, antes de passar o torniquete, me atacou e desceu do ônibus”, contou. Ele está debilitado devido aos efeitos colaterais do coquetel de remédios. “Me deram medicamentos para hepatite, tétano e HIV. Vou tomar 28 dias”. O rodoviário está preocupado com o conteúdo da seringa. “Não tem como não se preocupar. Vai saber o que ele colocou ali dentro”.
Um soldado do Exército denunciou o caso em seguida. Ele foi espetado no último dia 7, quando caminhava na Avenida Joana Angélica, por volta das 12h30. Ele tinha acabado de sair do trabalho, no Quartel da Mouraria. O soldado foi atacado no momento em que ele e o criminoso, que vinha em sentido contrário, se cruzaram. “Ele disse que sentiu uma fisgada no braço e se desesperou quando viu a blusa manchada de sangue na altura do ombro. Em seguida, ele viu o bandido correndo e segurando uma seringa”, contou a mãe do rapaz. O soldado foi levado por parentes ao Couto Maia instantes depois.
O terceiro caso foi ontem, envolvendo a operadora de caixa Eliana dos Santos Pires, 41 anos, também na Ribeira. Ela estava em um ponto de ônibus quando foi atacada. Encostada em um poste, ela sentiu uma picada nas nádegas e, quando olhou para trás, viu um homem negro se afastando do local sorrindo e com a arma do crime nas mãos. Segundo a vítima descreveu ao CORREIO, ele usava uma camisa listrada nas cores branca e azul. O ponto tava cheio de crianças da Vila Militar. Eu tava encostada no poste e senti a picada. Quando olhei para trás ele me mostrou a seringa e saiu dando risada", relatou. "Senti as pernas dormentes e o local dolorido".
Por fim, uma estudante de 12 anos foi atacada na manhã desta quarta-feira (19) e é a quarta vítima do “maníaco da seringa”. Ela foi espetada na localidade de Areal, no bairro da Ribeira. De acordo com a delegada Ana Virgínia Paim, titular da 3ª Delegacia (Bonfim), a estudante passava com uma colega na Rua Aníbal da Silva Garcia, quando um homem negro, de estatura baixa e de porte atlético, espetou seu braço esquerdo e em seguida fugiu correndo.
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Redação iBahia
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