Novos confrontos marcaram a noite de terça-feira (5) nos bairros do Calabar, Alto das Pombas e do Engenho Velho de Brotas. Em vídeos divulgados nas redes sociais, é possível escutar a intensa troca de tiros nas comunidades.
Há ainda indícios de tiroteios no Nordeste de Amaralina. Mas, ainda não há confirmação se os tiroteios estão correlacionados. Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP-BA) "ressalta que ações de inteligência e de repressão qualificada contra facções foram ampliadas nos bairros do Calabar/Alto das Pombas, no Engenho Velho de Brotas e também no Nordeste de Amaralina. O patrulhamento ostensivo foi reforçado nas regiões."
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A entidade de segurança destacou ainda que "a população pode enviar informações, com total sigilo, através do telefone 181 (Disque Denúncia da SSP)."
O número de mortos chega a 10 nas regiões do Calabar e Alto das Pombas. No Engenho Velho de Brotas, uma pessoa morreu (veja detalhes abaixo). Em decorrência da sensação de insegurança nas regiões, mais instituições de ensino suspenderam as atividades. Nesta quarta-feira (6), segundo informações da Secretaria Municipal de Educação (Smed), 1.511 estudantes estão sem aula.
Foram fechadas as escolas municipais Conjunto Assistencial Nossa Senhora de Fátima, Casa da Amizade, Professor Antônio Carlos Onofre, Cidade de Jequié e os Centros Municipais de Educação Infantil Tertuliano de Góis e Calabar. Sobre Engenho Velho de Brotas e Nordeste de Amaralina, Smed ainda aguarda retorno da direção das unidades.
Engenho Velho de Brotas
De acordo com informações da Polícia Militar (PM), tiroteios foram registrados na localidade da Vila Paraíso, no bairro do Engenho Velho de Brotas. Policiais da 26ª CIPM e do Batalhão Gêmeos chegaram a ser acionados na noite de terça (5), por volta das 19h, mas ao chegar ao local só uma vítima foi encontrada.
O homem, ainda não identificado, foi morto a tiros em um imóvel. O Departamento de Polícia Técnica (DPT) foi ao local para realização da perícia. A Polícia Civil informou, em nota, que a autoria e motivação do crime ainda estão sendo investigadas pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Nordeste de Amaralina
A polícia intensificou o policiamento no Nordeste de Amaralina. Em um vídeo gravado por moradores, é possível ouvir diversos disparos. A situação gerou tensão e medo para quem mora na região.
Policiamento reforçado
Os últimos tiroreios acontecem simultaneamente com a sequência de ataques violentos que atingem os bairros do Calabar e Alto das Pombas desde a última sexta-feira (1º). Dez suspeitos foram mortos em trocas de tiros com policiais militares e dezessete moradores foram feitos reféns entre 1º e 4 de setembro.
O policiamento segue reforçado na região. No entanto, moradores ainda sentem o desconforto da violência na área. No final da manhã de terça-feira, o secretário de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), Marcelo Werner, afirmou que a onda de violência que tem atingido o estado é fruto de uma guerra entre facções. A declaração foi dada durante uma coletiva de imprensa montada para dar um balanço das ações no Alto das Pombas e Calabar.
Inicialmente, cinco mortes em confronto com policiais militares tinham sido confirmados pela PM. O número foi atualizado durante o encontro entre as autoridades e a imprensa, para esclarecer a situação. Vários serviços ainda são afetados, como segurança e saúde, desde o dia dos tiroteios.
"A guerra de facções é o principal responsável pela criminalidade, pela violência em nosso estado, e, por isso mesmo, nós temos realizado ações cirúrgicas e pontuais, reforçando o policiamento, a inteligência, e os meios para cada vez mais inibir ações como essa, que é a política do terror que eles querem implementar no nosso estado", disse Werner.
Segundo o secretário de Segurança Pública, 6 fuzis, 11 pistolas e 3 granadas foram apreendidos no Alto das Pombas. "Foram utilizadas forças especializadas, ações de inteligência, ações integradas, que culminaram em uma apreensão de farto armamento e de pessoas presas ao longo do dia da operação", disse Werner.
Ainda segundo o secretário, os ataques foram praticados por "uma facção (que) fazia demonstração de poderio bélico, práticas de terror, para não só desafiar as forças de segurança, mas causar pânico, violência e terror na população que reside naquela região". O nome do grupo, no entanto, não é divulgado, para não incitar a prática criminosa.
Ainda na coletiva, o comandante geral da PM, Coronel Paulo Coutinho, informou que vários confrontos ocorreram entre policiais e suspeitos e, que na fuga dos homens, que os moradores foram feitos reféns. "No primeiro confronto que houve, logo depois foi sequenciado por uma tomada de reféns, onde nós liberamos 10 reféns. Infelizmente tivemos sequenciais confrontos aonde tomaram 7 resistentes, mas prendemos também 8 indivíduos ligados ao crime".
Assustados com a insegurança, muitas pessoas deixaram as casas onde moravam. O Coronel lamentou o fato e explicou que essas atitudes são "efeito colateral de qualquer ação dessa natureza (violência)". "A gente primeiro se solidariza com esses moradores. E a demonstração clara é a instituição presente. As força de segurança estão presentes...e vamos continuar! A Polícia Militar existe para servir e proteger e, sobretudo, para salvaguardar a vida do cidadão", disse ele.
Diante de tantas ocorrências, o secretário foi questionado durante a coletiva sobre a possibilidade de intervenção federal no estado. Sobre a temática, o Marcelo Werner foi direto: "De forma alguma. A gente mostra pelas ações realizadas ao longo deste ano. Não só as ações, mas os números que se tem, os investimentos, as ações de inteligência demonstram que nós estamos fazendo frente e combatendo a situação do nosso estado".
*matéria em atualização
Redação iBahia
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