O Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira, localizado em Salvador, passa a ter uma inédita gestão coletiva comandada por mulheres. A direção institucional fica a cargo da produtora cultural Cintia Maria, enquanto a gestão artística tem o comando da diretora audiovisual Jamile Coelho. Deixa a presidência da instituição, o seu fundador José Carlos Capinam, o aclamado poeta da Tropicália, compositor de sucessos do Gilberto Gil (“Soy loco por ti America” e “Vira Mundo”), Caetano Veloso (“Clarice”) e João Bosco (“Papel Machê”).
Na última década, o Muncab se consolidou como um espaço de memória dedicado a valorizar os aspectos da cultura afro-brasileira, por meio da valorização dos artefatos e dos registros diaspóricos. Atualmente, a nova direção planeja uma reestruturação para a reabertura gradativa do espaço para o público, além de investir em acervo, pesquisa, educação, programas de residências e no relacionamento com a comunidade museológica. O novo logotipo da organização também foi lançado, com referências dos símbolos adinkras.
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Natural de Salvador, Cintia Maria é empresária e gestora cultural. Desenvolve e gerencia projetos inovadores, criativos e de impacto social na área cultural com foco nas populações invisibilizadas e culturas identitárias. Cineclubista e fundadora do Cineclube Antônio Pitanga, sócia da Editora Emoriô, é cofundadora do projeto de formação audiovisual Núcleo Baiano de Animação em Stop Motion (NUBAS) e idealizadora do Cine Janela.
A cineasta soteropolitana Jamile Coelho iniciou sua carreira na gestão cultural como Conselheira de Cultura em Camaçari, região metropolitana de Salvador. Bacharel em Artes pela Universidade Federal da Bahia, foi responsável pelo projeto de implantação do Museu Virtual Roque Araújo. Acumula mais de 30 prêmios durante a sua trajetória como curtametragista de animação. Contribui para a descentralização do audiovisual através da realização de oficinas em quilombos, terreiros, universidades e escolas.
Espaço e acervo
Inaugurado em 2011 por Capinam, o Muncab tem um acervo com mais de 400 peças, que transitam pela arte contemporânea, erudita, popular e sacra. São pinturas, esculturas, móveis e documentos, entre outros objetos. O museu abriga trabalhos de notáveis artistas visuais pretos, entre eles esculturas do Mestre Didi (Salvador, 1917-2013), descendente da tradicional família Asipa, originária de Ketu, importante cidade do império Iorubá. Pinturas da gravurista mundialmente conhecida Yêdamaria (Salvador, 1932-2016) e outros nomes.
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Redação iBahia
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