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SALVADOR

Morre aos 67 anos a atriz baiana Frieda Gutmann

Natural de Salvador, a atriz teve longa carreira no teatro e foi uma das primeiras a atuar na TV local

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Redação iBahia

19/01/2018 às 13:42 • Atualizada em 29/08/2022 às 6:44 - há XX semanas
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Morreu, na manhã desta sexta-feira (19), na Alemanha, a atriz Frieda Gutmann, 67 anos. Natural de Salvador, a atriz foi bastante atuante no teatro baiano nas décadas de 70 e 80, além de ter sido uma das primeiras a atuar na TV local. De acordo com familiares, a morte foi em decorrência de uma doença pulmonar crônica, de natureza hereditária, contra a qual lutava há alguns meses. O sepultamento e cremação do corpo acontecerão na Alemanha, onde a atriz estava morando.

Foto: Reprodução

Viúva de Moisés Gabrielli, ex-baixista da Banda Eva, morto em abril do ano passado, Frieda deixa dois filhos, Ella e Erich Gutmann, e dois netos, Jannik e Louis.

Currículo

O envolvimento com as artes cênicas começou cedo, aos 16 anos, quando operava luz no Teatro Vila Velha, em Salvador. Aos 19 anos, em 1969, entrou no curso de dança da Universidade Federal da Bahia e estreou nos palcos em As Três Marrecas, atuação que lhe rendeu o prêmio de atriz revelação do jornal Diário de Notícias. Frieda trabalhou por oito anos na TV Aratu, afiliada baiana da Rede Globo: de 1970 a 1973, participou do programa infantil Tvlândia; em 1977, apresentou o noticiário local Jornal Hoje; e em 1980, fez sucesso com a personagem Espoleta no programa infantil Parquinho.

Atuou em dezenas de espetáculos e também no cinema, participando de filmes como O Super Outro (1983), de Edgard Navarro - parceria que se repetiu em Eu me Lembro (2003) e O Homem que Não Dormia (2011) - e nos mais recentes O Jardim das Folhas Sagradas (2011), de Pola Ribeiro; e A Bicicleta Nova do Vovô (2012), de Henrique Dantas.

Depoimentos
Geralmente identificada como uma atriz cômica, Frieda questionava o rótulo e se intitulava uma operária do teatro, que não gostava de trabalhar vinculada a grupos ou companhias. "Aprendi a fazer teatro assim, inclusive eu trabalho com todo mundo que me convida. Eu só preciso sobreviver. Para mim foi muito bom porque eu adquiri muita experiência de profissionais com diferentes concepções, métodos", afirmou em entrevista concedida à atriz Nadja Magalhães, em 2012.

"Eu fiz três espetáculos com ela. Uma atriz extraordinária, uma perda irreparável para o teatro baiano. Ela era identificada pela veia cômica, mas era uma atriz completa. Tinha uma natureza em trabalhos mais dramáticos que era impressionante. Pude ver isso na Comédia do Fim, em que ela fez um personagem difícil de Samuel Beckett, e foi indicada ao Prêmio de Melhor Atriz estando apenas onze minutos em cena - perceberam ali o quanto ela era grande", lembrou o diretor Luiz Marfuz.

A Fundação Gregório de Mattos também lamentou a morte da atriz. Em nota, o gestor da fundação, Fernando Guerreiro, afirmou que "tudo nela sempre me remeteu a alegria. Uma das nossas grandes comediantes nos deixou. Irreverente, audaciosa e, ao mesmo tempo, generosa e extremamente profissional . Aprendi muito com ela e vou ser sempre seu fã! Frieda Gutman, se junte com Nilda e Haydil e produzam uma grande comédia por ai!", escreveu.

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