Moradores da comunidade do Rio dos Macacos e representantes de diversos movimentos sociais, desocuparam ainda nesta quarta-feira (6) o prédio da Advocacia Geral da União (AGU). Cerca de 400 pessoas participaram da ocupação, que teve como um dos objetivos o pedido da suspensão do processo da Marinha que solicita a retirada dos quilombolas do local onde hoje vivem, até que os órgãos federais titulem o território quilombola. Em nota enviada à imprensa na noite desta quarta-feira (9), o Quilombo Rio dos Macacos afirmou que desde o início tentaram estabelecer diálogo com os representantes da AGU, solicitando, ao chegar no prédio, uma reunião de negociação com o procurador-chefe da AGU. Também foram tomadas providências para que o INCRA, o MDA e representantes do Governo do Estado da Bahia participassem deste encontro.
Segundo a nota, os representantes da AGU não compareceram até às 16h e, apesar de estes afirmarem que receberiam as pessoas que participaram da ocupação por meio de uma Comissão, saíram do órgão sem atendê-las. Os manifestantes decidiram desocupar o prédio, porém, de acordo com a nota, vão manter uma agenda de mobilização e reuniões de negociação para os próximos dias, com o objetivo de dialogar com as autoridades para assegurar a permanência da comunidade em seu território e a suspensão do processo que visa despejar os quilombolas. A área onde moram os quilombolas fica em Simões Filho é alvo de disputa entre a Marinha do Brasil e a comunidade. Os moradores alegam que já existem um Relatório de Técnico de Identificação e Delimitação (RTID) elaborado pelo INCRA e um certificado da Fundação Cultural Palmares, que afirmam que o território da comunidade deve ser reconhecido e devidamente titulado.
O prédio foi ocupado nesta quarta-feira |
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