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SALVADOR

Metrô na Paralela: briga sobre modelo de transporte atrasa projeto

Verba só sai se estado e município se entenderem, mas está difícil

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02/08/2011 às 7:20 • Atualizada em 27/08/2022 às 6:55 - há XX semanas
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A Copa do Mundo se aproxima e o prazo vai ficando cada vez mais apertado, mas a prefeitura de Salvador e o governo do estado ainda não conseguiram se entender quanto à escolha do modelo de transporte de massa a ser implantado na avenida Paralela. Em junho, o estado já tinha anunciado o sistema de trilhos alimentado pelo BRT (ônibus de trânsito rápido), escolhido após análise de sete projetos apresentados por empresas. Como foram utilizados elementos de cinco deles, os R$ 2,5 milhões destinados ao pagamento do projeto vencedor seriam rateados entre as cinco. Também foi prometida a conclusão de um termo de referência com as especificidades do sistema, até o dia 22 de agosto. As empresas ainda não viram a cor desse dinheiro e, quanto ao termo, o secretário de Planejamento, Zezéu Ribeiro, anunciou que o prazo não será cumprido, segundo ele, por culpa da prefeitura. “Também acho que está demorando, mas não depende de um só. Não está havendo uma pactuação e a culpa não é do governo do estado”, esquivou-se, insinuando que a prefeitura estaria dificultando o acordo. Dias depois do anúncio feito pelo estado, o chefe da Casa Civil municipal, João Leão, apareceu com um projeto alternativo de instalar corredores de BRT provisórios na Luiz Viana, que evoluiriam para metrô depois da Copa. “O sistema é incompreensível, problemático e com uma perda enorme (de tempo e dinheiro)”, avaliou Zezéu. João Leão rebate: “A gente ainda não entrou em um acordo porque o estado não diz o que quer. Só dizem: ‘eu quero trilho, eu quero trilho’, mas não sabem nem se é metrô ou monotrilho”. Segundo Leão, não há nenhum entrave por parte do município para que haja um acordo. Mas o acordo não saiu até agora, e a situação vai ficando cada vez mais complicada. “É bom eles se resolverem logo e enviarem pra gente o projeto, porque já venceram todos os prazos”, disse ontem o ministro das Cidades, Mário Negromonte. VERBA É do Ministério que sairão (ou não) os R$ 2,4 bilhões que faltam para a obra na Paralela. Após receber o projeto, um grupo de técnicos do órgão avaliará quanto dos R$ 18 bilhões do PAC Mobilidade virá para a Bahia. O valor pode variar de zero a 2,4 bi. Mas estado e prefeitura precisam concordar com um projeto. Isto porque, apesar de a obra ser realizada no território do município, a prefeitura de Salvador não tem capacidade de endividamento, ou seja, não pode contrair empréstimos sem a ajuda do governo estadual. “É um casamento de três. Governos federal, estadual e municipal”, diz Zezéu. Os outros R$ 567,7 milhões já estão liberados via Caixa Econômica Federal, graças a um projeto de BRT enviado pela prefeitura em janeiro do ano passado. Negromonte diz que é possível mudar, caso a prefeitura concorde, apesar da orientação da presidente Dilma Rousseff para que a Matriz de Responsabilidade não seja alterada (ver matéria ao lado), e é isso que o governo do estado quer fazer. Segundo o secretário Especial da Copa, Ney Campello, a escolha do metrô é a mais indicada por causa do trecho mais antigo, em construção há quase 12 anos. “Se colocar mesmo BRT na Paralela, a tarifa do metrô vai ficar em R$ 13... R$ 15. Para o valor baixar, tem que ter subsídios, e quem vai querer subsidiar um metrô de seis quilômetros?” Metrô antigoE por falar no trecho inacabado do metrô, ele continua consumindo recursos do governo federal. Hoje, João Leão viaja a Brasília para tentar conseguir mais R$ R$ 125 milhões: R$ 85 milhões para a conclusão do tramo 1, da Estação da Lapa à Rotula do Abacaxi, e R$ 40 milhões para reiniciar o tramo 2, que vai até a Estação Pirajá. O orçamento realizado pela equipe de engenharia do Exército foi entregue ao secretário na semana passada, após dois adiamentos. O valor ainda não foi divulgado, e agora a Companhia de Transportes de Salvador (CTS) faz um comparativo com os custos executados e orçados pela concessionária Metrossal, responsável pelas obras. A CTS tem até a semana que vem para concluir se houve superfaturamento nas obras. O estudo custou R$ 3,5 milhões aos cofres municipais e foi uma exigência do Tribunal de Contas da União (TCU). Mobilidade é tema do Agenda Bahia Questão estratégica para Salvador, a mobilidade urbana será um dos assuntos centrais do primeiro dia da edição 2011 do Agenda Bahia, série de seminários promovidos pelo CORREIO e pela CBN. Depois de amanhã, dia 4, no auditório da Fieb, toda a tarde será destinada à discussão sobre o transporte na capital baiana. A programação começa com palestra do colombiano Fernando Paez, presidente da Transmilênio, empresa responsável pelo transporte público em Bogotá. Em seguida, o professor Ronaldo Balassiano, consultor da Coppe/UFRJ, fala sobre o impacto da mobilidade urbana na economia baiana. E a discussão vai esquentar com o debate sobre soluções de mobilidade urbana para a RMS, com o secretário municipal de Transportes, José Mattos, o secretário estadual de Planejamento Zezéu Ribeira e a professora da Ufba Ilce Dantas Pinto.

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