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SALVADOR

Marcos Costa revela talento através do grafiti na decoração de interiores

O grafiteiro fez cursos no Senai, trabalhou com elétrica, mecânica, vendas, mas nunca esqueceu a arte

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09/12/2010 às 14:56 • Atualizada em 29/08/2022 às 14:04 - há XX semanas
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Natural do Recôncavo baiano e apaixonado por grafiti, Marcos Costa, 27 anos, é casado e pai do menino Cauanã, de 2 anos de idade. Ele afirma ter dois casamentos, um com a sua companheira Laine e outro com a arte. O segundo caso de amor começou ainda na escola primária, quando as professoras perceberam sua intimidade com lápis de cores, tinta guache, pincéis e papéis. O episódio em que seu pai pediu para que escrevesse a inicial de seu nome na parede de casa com uma latinha de spray azul colonial é uma lembrança muito viva na vida de Marcos. Ele conta que, anos depois, lembrando desse dia, descobriu que naquele momento sua relação com o grafiti nasceu, e que não foi por acaso. Até os 15 anos pichou muito, e afirma que essa fase foi muito importante, apesar do risco que corria, pois naquela época a repressão era muito maior. Marcos lembra de ter assistido e lido nos jornais as matérias sobre sua pichação, e como aquilo tinha causado uma repercussão ruim na cidade. Ele sentia alegria e certa culpa, porque outros jovens que nem conhecia, foram pegos, possivelmente pichando em local próximo e tiveram que assumir todo prejuízo. Na mesma época, aconteceu um projeto de pinturas em painéis na escola em que estudava. Lá conheceu a arte do veterano Rodrigo Vitório, o Peace, e a partir daí começou a direcionar seu trabalho para o grafiti.
Começou a pintar em camisas, se reunia com amigos para pedir autorização para pintar muros. “Quem não deixava, logo teria seu muro pichado. Era uma forma adolescente de organização e de incutir nas pessoas que era melhor grafitar do que ter o muro pichado, o que de certo modo funcionou. A cena de lá para cá deu uma alavancada. Os últimos anos da década de 90, foram marcados pelos grafitis, que antes de fazer, escrevíamos: autorizado para grafiti. Estamos vendo o resultado hoje de tudo que aconteceu no século XX”, conta Marcos. Formação - O grafiteiro fez cursos no Senai, trabalhou com elétrica, mecânica, vendas, mas nunca esqueceu a arte. Em 2001, fez um curso de desenho com a falecida Iza Muniz, pintura, serigrafia, e como estava interessado em cerâmica e esculturas, resolveu prestar vestibular para Artes Plásticas na Escola de Belas artes da UFBA. No início de 2010, o artista se formou Bacharel em Artes Visuais, fez Oficina de Direção de Arte e Cenografia no TCA. Grafiteiro, com trabalhos em diversos lugares de Salvador, Bahia e Brasi, foi premiado ainda, neste ano, em Festivais Nacionais de Teatro, em Varginha (MG) e Duque de Caxias (RJ), na categoria Melhor Cenário, com a Peça "Gaiola: O caçador de solidão", direção e texto de Duzinho Nery. Também foi indicado no Festival Nacional de Guaçuí, no Espirito Santo. É ilustrador e também trabalha como Professor de Artes em Projetos Culturais e Sócio-Educativos. Faz exposições e trabalha com projetos de Decoração de Interiores, levando o grafiti para residências, empresas e condomínios particulares. Um mercado ainda recente, mas que promete bastante na cidade de Salvador. Para 2011, está envolvido em alguns projetos, que ainda não pode falar muito.
Afrografiti - Marcos não para e diz que ainda quer trabalhar com esculturas e conhecer mais de Cinema e Artes Digitais, incorporando novos elementos tecnológicos ao seu trabalho. “Sou um artista que sempre está pesquisando, vendo revistas, fotos, vídeos, criando e buscando a evolução. Alguns trabalhos surgem livremente mas também pesquiso e me inspiro em vertentes diversas, como a Arte Africana Tradicional, onde relaciono elementos iconográficos Afro-Brasileiros com o grafiti e denomino o "afrografiti". Também me inspiro muito na Música Popular Brasileira”. O moderno trabalho do artista pode ser visto em seu blog: www.spraycabuloso.blogspot.com. Ele afirma ser muito grato a Deus por viver de arte e por ter todo o apoio da família. São trabalhos como esse que precisam ser reconhecidos, assim, muitos novos talentos podem se mostrar para o mundo e trazer mais beleza para a o cotidiano da sociedade.

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