Pesquisa feita pela primeira vez no Brasil revelou que o valor da marca da cidade de Salvador no mercado internacional é o mais baixo entre as 10 maiores cidades brasileiras. De acordo com o levantamento, realizado pela Superbrands Brasil, empresa especializada em gestão de marcas, Salvador vale R$ 15,6 bilhões, atrás de cidades como Fortaleza (R$ 16,5 bilhões), Manaus (R$ 20,9 bilhões) e Campinas (R$ 16,6 bilhões), por exemplo. A cidade de marca mais valiosa é São Paulo, com R$ 233,5 bilhões. O estudo considera que a Copa é uma oportunidade para que as cidades melhorem seu valor junto ao mercado internacional, a exemplo do que aconteceu em Londres, durante os Jogos Olímpicos. A pesquisa, que realizou 18.100 entrevistas com a população das cidades, avaliou indicadores que estabelecem o índice de força das marcas das cidades, em aspectos como reputação, admiração, gestão, comunicação, governança, segurança, limpeza, transporte e responsabilidade socioambiental. Preocupados com a imagem de Salvador, empresários e governantes da capital baiana têm buscado um esforço conjunto para melhorar o posicionamento da cidade entre as metrópoles brasileiras. Vista como oportunidade por alguns para melhorar o “valor de marca” da cidade, a Copa do Mundo do ano que vem já é tida por outros como chance perdida para superar esse desafio, devido ao pouco tempo que resta até lá. Tendo em vista a oportunidade da Copa do Mundo para melhorar esse posicionamento, as iniciativas pública e privada do município têm corrido contra o tempo, buscando promover melhorias em diversas áreas, como transporte, mobilidade urbana e turismo. Novo momentoOtimistas, empresários do setor turístico têm acreditado na existência de um “novo momento” para a cidade. “Esse momento já começou, com a perspectiva de construção da nova orla, com o novo estádio Arena Fonte Nova, o projeto de metrô. Temos que acreditar que tudo vai sair”, afirmou o presidente da Associação Brasileira das Agências de Viagens na Bahia (Abav-BA), José Alves. Segundo ele, os empresários também estão buscando fazer algo para promover melhorias na cidade. “Além dos novos empreendimentos da hotelaria que a cidade ganhou nos últimos anos, ampliando o número de leitos, as agências de viagens estão buscando se renovar tecnologicamente para competir com o mercado online, comprando novos sistemas e novos equipamentos”, afirmou. Um dos maiores desafios para melhorar a imagem da cidade na Copa ainda é a capacitação dos trabalhadores do setor. “Essa questão é essencial. É preciso capacitar mais para receber melhor os turistas”, apontou Alves. O presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Salvador e Litoral Norte (SHRBS), Silvio Pessoa, concorda. “Precisamos mesmo de capacitação, nessa parte, ainda estamos deixando a desejar”, afirmou, acrescentando que o sindicato tem realizado ações nesse sentido para capacitar profissionais da hotelaria, como camareiras, governantas e recepcionistas. “Cursos são oferecidos para todos os cargos que lidam diretamente com o público”. Ele também aposta na inauguração de novos equipamentos na orla de Salvador como um passo para a melhoria da imagem da cidade. “Com a nova orla, sobretudo a parte da Barra, nós vamos ter um dos calçadões mais bonitos da América Latina. Isso vai dar um upgrade para o Nordeste do país“, afirmou. No entanto, ele critica o estudo. “Apesar dos problemas, Salvador é a cidade do Nordeste que mais recebe turistas nacionais” Um dos setores mais críticos em Salvador, a mobilidade urbana, também tem a expectativa de novos projetos, como o edital de licitação para a exploração do transporte urbano da cidade, anunciado recentemente pela Secretaria de Urbanismo e Transporte (Semut), da prefeitura. Com o novo edital, cuja publicação está prevista para o início de outubro, a cidade será dividida em três partes, e cada uma será gerida por um grande grupo de empresas. Hoje, as empresas do Sindicato das Empresas de Ônibus de Salvador (Setps) operam com uma espécie de autorização, mas nunca houve qualquer concessão com o devido processo licitatório. “No ano que vem, que é o ano da Copa do Mundo, pretendemos já estar operando com o sistema novo”, afirmou o titular da Semut, José Carlos Aleluia.
O superintendente do Setps, Horácio Brasil, afirmou que as empresas do setor que hoje atuam em Salvador já estão se preparando para concorrer ao edital. “Estamos nos preparando para oferecer um bom projeto. Vamos ter forte concorrência a nível nacional”, disse. “No que diz respeito à gestão privada, queremos oferecer uma frota mais adequada, uma melhor operação do serviço e um bom atendimento ao cidadão”, assegurou. “Mas é claro que dependeremos de uma boa infraestrutura”, ponderou o empresário. Brasil indica, por exemplo, a necessidade de aumentar as vias exclusivas ou preferenciais para ônibus, a implantação do sistema de metrô, que se arrasta há 13 anos e a criação de uma política adequada de estacionamento que seja respeitada pela população. Ele é menos otimista com relação à Copa do Mundo. “Tem muito pouca coisa que dá pra ser feita até lá, porque estamos praticamente nela. Tivemos mais tempo e não soubemos aproveitar”, disse. A melhoria da qualidade dos passeios públicos e a criação de espaços para a utilização de transportes alternativos também estão na agenda da prefeitura. “No nosso orçamento, está previsto ainda para este ano investir R$ 15 milhões na recuperação dos passeios. Também estamos com um projeto para ampliar o ciclismo”, afirmou José Carlos Aleluia, da Semut. Outra questão vista como fundamental na mobilidade urbana é o metrô, cuja gestão foi transferida para o governo do estado e cujo edital de licitação está em curso, com a participação única do grupo CCR. No entanto, essa modalidade de transporte só funcionará em Salvador após a Copa do Mundo. Matéria original: Jornal Correio* Marca Salvador é a menos valorizada de 10 cidades brasileiras
Veja também:
Leia também:
AUTOR
AUTOR
Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!
Acesse a comunidade