Quem resolver dar um passeio no Parque Metropolitano do Abaeté por esses dias, verá muito menos das águas escuras da lagoa e mais da areia branca que a rodeia. O nível da Lagoa do Abaeté está visivelmente abaixo de como costuma ser visto. Ontem, o nível da água estava em 17,24 metros, de acordo com a Coordenação de Monitoramento de Recursos Hídricos do Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema). No mesmo dia, em 2012, o nível era de 18,32 metros. Em 2011, 18,20 metros. “Essa diminuição é normal. Acontece todos anos no período de estiagem e varia a depender da quantidade de chuvas. Choveu pouco na cidade, existe evaporação, são fenômenos naturais”, explica o coordenador interino do Parque Metropolitano Lagoa e Dunas do Abaeté, Luiz Carlos Araújo.
Acontece que o índice atual é mais baixo que o último recorde, de 14 de março de 2008, quando a lagoa chegou a 17,26 m. Fora dos períodos de pouca chuva, a lagoa chega a ter pontos com profundidade variando entre 50m a 70m, segundo Araújo. “Este ano, a gente tem observado a olho nu que o nível das águas baixou muito mais”, acrescentou Araújo. E deve baixar mais, já que, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a chuva só deve cair de verdade em Salvador depois do dia 15. Na terça-feira, Salvador teve o dia mais quente deste Verão. A temperatura na capital baiana chegou a 34,6°, segundo o próprio Inmet. Para o diretor presidente da Universidade Livre das Dunas e Restingas do Salvador (Unidunas), Jorge Santana, a baixa da lagoa está associada não só à pouca chuva. “As casas e construções que ficam na parte de cima, o asfalto que há ao redor e as praças não permitem que a água das chuvas alimentem os lençóis freáticos da região. Então a tendência é as águas baixarem ainda mais”, explica. Esse processo é chamado de Antropização, quando há impacto das atividades do homem sobre o meio natural. Segundo Santana, a Unidunas, criada em 1996 para preservação do Parque das Dunas, localizada na área de Proteção Ambiental (APA) das Dunas, Lagoas e Restingas do Abaeté, desenvolve trabalhos de educação ambiental no entorno da Lagoa do Abaeté. “Quando se vai avançando para a Praia do Flamengo, dá pra perceber nitidamente que o nível da lagoa baixa em um ritmo mais tranquilo”, ressalta ele. O Parque Metropolitano do Abaeté foi criado em setembro de 1993 e, além das dunas e vegetação nativa, é composto por 18 lagoas, distribuídas em cerca de 12 mil metros quadrados. Matéria original: Correio 24h Lagoa escura do Abaeté está com as águas no nível mais baixo desde 2008
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