Um homem suspeito de participar de um ataque a tiros que terminou com a morte de uma garota em 2021 morreu nesta quinta-feira (2), durante uma ação policial deflagrada no bairro de São Cristóvão, em Salvador.
Segundo a Polícia Civil, agentes do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) investigavam no bairro o caso das mulheres achadas mortas dentro de um saco em Stella Maris, quando localizaram o suspeito.
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De acordo com a polícia, Paulo Henrique Silva de Ataíde, de 23 anos, estava com outros nove homens, que teriam atirado contra os policiais ao perceberem a aproximação dos agentes, e acabou atingido no revide e não resistiu.
A ação aconteceu na localidade conhecida como Planeta dos Macacos. Conforme a polícia, os agentes chegaram no local após investigações apontarem que um grupo que atua no tráfico de drogas na região tem relação com a morte das mulheres.
“Apuramos que a motivação do duplo homicídio pode ter relação com o tráfico de drogas e que os suspeitos integram um grupo criminoso com atuação na localidade do Planeta dos Macacos”, informou a coordenadora da 1ª Delegacia de Homicídios (DH/Atlântico), delegada Pilly Dantas.
Ainda segundo a delegada Pilly Dantas, além do homem que morreu, outros dois adolescentes que estavam no grupo que atirou contra os policiais foram apreendidos com um simulacro de arma de fogo e encaminhados para a Delegacia para o Adolescente Infrator (DAI), em Brotas.
O corpo de Paulo Henrique foi levado para o Instituto Médico Legal (IML) de Salvador. Os outros sete suspeitos conseguiram fugir, segundo divulgou a polícia.
Mulheres encontradas mortas
Duas mulheres foram encontradas mortas dentro de sacos plásticos em um terreno na Avenida Dilson Jathy, no bairro de Stella Maris, em Salvador, na manhã desta quinta. As vítimas estavam sem documento de identificação e os corpos tinha marcas de tiros, de acordo com a Polícia Civil.
Segundo a Polícia Militar, uma guarnição da 15ª CIPM realizava rondas na Avenida Mãe Stella de Oxóssi, quando foi acionada por populares sobre a localização dos dois corpos.
Os policiais isolaram a área e acionaram o Departamento de Polícia Técnica (DPT) e a Polícia Civil. O Departamento de Polícia Técnica fez perícia e removeu os corpos para o Instituto Médico Legal (IML), onde passarão por necropsia.
Ainda não há informações sobre as identidades das vítimas. Autoria e motivação do crime seguem sob apuração.
Crime em 2021
Jamile Sanches Araújo Miranda, de 18 anos, foi baleada no bairro de São Cristóvão em outubro de 2021, logo após deixar a amiga em casa. A jovem morava no bairro de Luís Anselmo, mas tinha ido para a região para acompanhar a outra menina no cinema.
Jamile estava no carro da família quando foi baleada. Os pais da menina tinham ido buscá-la no Salvador Norte Shopping após a sessão de cinema. A menina estava no banco de trás do veículo, enquanto o pai dirigia e a mãe viajava no banco do carona.
Ao sair da localidade, que é considerada perigosa, o pai da vítima acendeu a luz interna do carro, abaixou os vidros e ligou o farol. Neste momento, dois jovens, que aparentavam ser adolescentes, apareceram armados.
Ainda de acordo com o relato da família, os suspeitos mandaram eles voltarem de ré com o veículo. Enquanto o pai de Jamile fazia a volta, para sair para outra rua, outros dois criminosos apareceram e, junto com a primeira dupla de suspeitos, efetuaram disparos.
Conforme os relatos da família, o primeiro tiro foi para cima e o outro contra o carro, que atingiu Jamile na cabeça. Ela não resistiu ao ferimento.
Em novembro do mesmo ano, um suspeito identificado como Elizeu Costa de Souza foi preso, durante uma operação que cumpriu um mandado de prisão temporária contra ele e três mandados de busca e apreensão na residência do suspeito e em outros endereços, no bairro de São Cristóvão.
Já em janeiro deste ano, o Ministério Público da Bahia (MP-BA) denunciou o homem por homicídio qualificado pela morte de Jamile, e por tentativa de assassinato contra os pais da vítima, Ana Rita Sanches e Ricardo Roza Araújo Miranda, além de associação criminosa e corrupção de menores.
No caso de Jamile, o homicídio foi considerado qualificado pelo motivo torpe – pela disputa de território de tráfico de drogas –, por usar uma arma e oferecer perigo para outras – já que ele disparou várias vezes na rua, enquanto outras pessoas transitavam – e por impossibilitar a defesa da vítima – já que ele surgiu de repente, atirando.
Elizeu foi solto após o final do prazo da prisão temporária. Na época do crime, a Polícia Civil informou que seguia com as investigações para identificar outros envolvidos. Paulo Henrique foi o primeiro localizado desde então.
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Redação iBahia
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