Depois da execução de um jardineiro na manhã desta quarta-feira, moradores e comerciantes de Itapuã reclamaram da falta de segurança no local. Em reportagem publicada no último dia 19, o CORREIO mostrou que o bairro vive um grande crescimento da violência este ano, chegando à 4ª colocação entre aqueles com o maior número de homicídios entre os mil primeiros registrados em Salvador e Região Metropolitana.
O levantamento mostrou que foram registrados 20 homicídios este ano, contra nove, em 2014, até o milésimo registro. O assassinato de Felipe foi o 21º do bairro, em 2015. Quem mora na região está assustado. “Moro em Itapuã desde 1988. Crimes sempre existiram, mas nos últimos dez anos, a violência se tornou maior. Assaltos, por exemplo, acontecem em qualquer horário”, contou um morador, em anonimato. A Praia do Flamengo, Rua da Ilha e Avenida Dorival Caymmi foram apontados como os pontos mais violentos. “Na Dorival tem um ponto próximo à Igreja Universal onde os assaltos são quase diários”, afirmou outro morador. Comerciantes criaram um grupo de WhatsApp para conversar sobre crimes. Os mais comuns são assaltos e arrombamentos. A PM disse, em nota, que faz rondas com carros e motos, policiamento a pé, além de abordagens.
Crime O jovem Felipe de Jesus Souza, 23 anos, foi morto a tiros no início da manhã desta quarta-feira (29) no bairro de Itapuã, em Salvador. O crime aconteceu por volta das 6h30, na rua Angélica, atrás da sede da Previdência Social.Segundo familiares, Felipe trabalhava como jardineiro, em Piatã. De acordo com a polícia, mais de 35 tiros foram disparados para matar a vítima, que teve mais de 50 perfurações de bala. O jovem morreu no local do crime.Testemunhas que presenciaram o assassinato contam que o jardineiro estava em um carro Corsa Classic branco quando foi fechado por quatro homens em um Golf, de placa OUY 6361. Os suspeitos tiraram Felipe à força de dentro do carro, o arrastaram por mais de dez metros pela rua e, em seguida, o executaram a tiros. O grupo fugiu em direção ao bairro de São Cristóvão.O jardineiro morava na casa da avó, Dona Djanira, na rua Nova Esperança, que dá acesso ao local onde o crime ocorreu. "A gente imagina que isso aconteça com a família dos outros mas hoje a tragédia bateu na nossa porta", lamentou Joilson Moraes, primo de Felipe. Muito abalada, a mãe do rapaz, Maria Cristina Costa, afirmou não saber o que pode ter motivado o crime. "Ele não é primeiro nem será o último. Vai acabar ficando por isso mesmo. A vida dele ninguém vai trazer de volta", disse Maria Cristina, que trabalha como doméstica e tem outros dois filhos. A família de Felipe, que é evangélica, afirmou ter sido surpreendida pelo crime. "Ele era tranquilo, não mexia com ninguém. Não tinha envolvimento com drogas e isso pegou a gente de surpresa. Estamos tentando entender", disse Luciene Costa, tia do rapaz, ao CORREIO.No carro em que Felipe estava foram encontradas uma trouxa de roupas no porta-malas, além de cópias de documentos de outras cinco pessoas e oito chips de celular novos. A mãe do rapaz disse à polícia que o rapaz havia acabado de alugar um apartamento e estaria fazendo sua mudança no momento do crime. Os familiares afirmaram ainda que o veículo usado por Felipe era de um tio que tinha alugado para ele trabalhar. Segundo a delegada Marilene Lima, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP),o carro não possui restrições e a vítima não tem passagens na polícia por envolvimento com crimes. Com Felipe, foi encontrada a quantia de R$152,00. * Com informações das repórteres Kívia Souza e Yne Manuella
Perícia no carro que Felipe dirigia encontra roupas, documentos de outras pessoas e chips de telefone |
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