O prédio da Associação dos Empregados do Comércio (Aecba), localizado na esquina das ruas do Tira Chapéu e Chile - no trecho da Praça Thomé de Souza -, em Salvador, poderá ser tombado como bem do Estado. O Instituto do Patrimônio e Artístico e Cultural da Bahia (Ipac) já finalizou as pesquisas com esse propósito, e o Conselho Estadual de Cultura (CEC) já analisou o dossiê que permitirá o tombamento assim que a Secretaria de Cultura (Secult) fizer as últimas deliberações quanto à proposta.
Atualmente o edifício pertence a Aecba, que utiliza somente a parte térrea. Os pavimentos superiores estão vazios, favorecendo proliferação de ‘patologias’ prediais. Em razão disso, o dossiê do Ipac recomenda intervenções de restauro, manutenção e consolidação da estrutura. Caso o tombamento do imóvel seja reconhecido, a Aecba poderá se inscrever em várias linhas de financiamento para recuperar o imóvel. Sob inspiração eclética, movimento arquitetônico que valorizou elementos ornamentais de linguagem clássica, o imóvel foi construído no início do século 20. O prédio tem pavimentos com frente para a Rua do Tira Chapéu e laterais para as ruas Chile e da Ajuda, inserido no perímetro de tombamento federal do Centro Histórico de Salvador. A imponência da construção rivaliza com edificações vizinhas, a exemplo do Palácio Rio Branco, restaurado pelo governo estadual, por meio do Ipac, ou a Câmara Municipal, tombada como patrimônio baiano desde 1984. Segundo o diretor-geral do Ipac, Frederico Mendonça, o edifício resgata a memória comercial do estado. “Como sede da entidade, o imóvel rememora o triunfo das exportações e importações sobre a atividade agroindustrial na Bahia, representando a consolidação da burguesia urbana em Salvador”. De acordo com ele, o tombamento é benéfico, pois, ao ser reconhecido oficialmente, o imóvel passa a ter prioridade nas linhas de financiamento de restauração municipais, estaduais, federais ou até internacionais. “O tombamento também proíbe a descaracterização”, pontua Mendonça. Integração das artes Para a equipe multidisciplinar do Ipac, formada por arquitetos, historiadores e sociólogos, o prédio é uma das mais suntuosas edificações entre as 32 construídas pelo arquiteto italiano Rossi Baptista, entre 1911 e 1933, na capital baiana. “Casarões desse estilo apresentam integração das artes na arquitetura, através dos vitrais, pinturas em forros e paredes, além de elementos em gesso como águias, carrancas e mosaicos”, ressalta a gerente de Patrimônio Material do Ipac, Nara Reis. Rossi Baptista chegou à Bahia em 1911 e integrou o grupo de profissionais que se destacou na renovação urbanística, arquitetônica e artística da época, em Salvador, juntamente com Pasquale de Chirico, Julio Conti, Filinto Santoro e Oreste Sercelli. De acordo com o especialista em História da Arquitetura, Francisco Senna, as mudanças mais impactantes ocorreram, a partir de 1912, quando José Joaquim Seabra assumiu o governo. As informações são da Assessoria de Comunicação do Estado
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