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SALVADOR

Flanelinhas temem demarcação de áreas; guardadores legais aprovam

Medida está em vigor perto do Parque de Exposições durante o Festival de Verão

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19/01/2013 às 13:13 • Atualizada em 02/09/2022 às 6:56 - há XX semanas
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Irmãos, João Pedro e Maria da Glória chegaram para o ensaio da Timbalada, no Museu du Ritmo, Comércio. Ao estacionar o Honda Civic, um flanelinha bateu no vidro e exigiu R$ 20. Depois de argumentar que o espaço era público, João pagou a metade. No fim do show, a surpresa: o veículo, além de todo riscado, estava arrombado. “Esses flanelinhas parecem uma praga. Estão em todos os cantos”, diz João. Na tentativa de diminuir o número de situações como a vivenciada pelos irmãos, a Transalvador pretende regulamentar áreas de estacionamento em toda a cidade, como o CORREIO publicou na edição de ontem. A medida está em vigor perto do Parque de Exposições durante o Festival de Verão, que termina hoje. Nos espaços regulamentados só podem atuar guardadores de carros sindicalizados, sob a fiscalização de agentes de trânsito. Quem parar sem a cartela da Transalvador corre o risco de ter o veículo guinchado. Entre os guardadores, sindicalizados ou clandestinos, a notícia divide opiniões. “Espero que a prefeitura tenha pulso firme. Muitos vivem a minha sombra. Quando um motorista vem em minha direção, avançam, pedindo de R$ 10 a R$ 15”, conta um guardador sindicalizado que atua há mais de 30 anos no Comércio. “Se disser alguma coisa, são capazes de me agredir”. Na Travessa e no Largo do Cais do Ouro, perto do Museu du Ritmo, a festa é dos flanelinhas. De acordo com outro guardador sindicalizado, os clandestinos tomam a área quando há shows, cobrando sempre R$ 20 e ameaçando quem não aceita pagar. “Muitos abordam as pessoas bêbados ou fumados. Alguns motoristas são escorraçados. Quem insiste em ficar sem dar o dinheiro antecipado, eles arranham o carro”, conta. Segundo o mesmo guardador, uma mulher de prenome Tatiana - que diz ter apoio de policiais - comanda os flanelinhas da região. “Além de cobrar o que quer dos motoristas, ela exige de R$ 40 a R$ 50 por semana aos comerciantes para não colocar carro na porta deles”, conta. O CORREIO procurou alguns comerciantes da área, mas nenhuma deles quis comentar o assunto. Campo GrandeA situação não é diferente no Campo Grande. “Basta ter show no (Teatro) Castro Alves que eles tomam a rua”, relata um homem que mora na região. Segundo ele, os arrombamentos são comuns. “Aqui, só pagando antecipadamente. Mesmo assim, corre o risco do carro ser arrombado por eles”, diz o morador, afirmando que a maioria dos flanelinhas da área usa drogas e rouba quem passa pelo Campo Grande. FeiraFamoso na Feira de São Joaquim, o flanelinha Antônio Carlos Mota, 42 anos, que não é sindicalizado, teme a medida que a Transalvador planeja adotar. Ele diz que, depois de ter cumprido cinco anos de cadeia por tráfico de drogas, é trabalhando há mais de dez anos como guardador que consegue sustentar a família. “Não sei o que fazer. Entrar no crime de novo? Não quero isso. Pelo menos, eles têm que dar pra gente oportunidade de trabalhar”.
Em São Joaquim, só há clandestinos, mas eles dizem que o cliente paga quanto quiser
A notícia também preocupou Jorge Evandro Oliveira Silva, 54, flanelinha há 40 anos. “O cliente aqui paga o que quiser. Eles confiam na gente, deixam a chave. Os sacizeiros não encostam quando estamos perto”, diz. Quem quiser se filiar ao Sindicato dos Guardadores e Lavadores de Carro (Sindiguarda) deve apresentar certidão cível, antecedentes criminais, título de eleitor, RG, CPF, comprovante de residência, certificado de reservista e carteira de trabalho. Transalvador mapeia áreas da cidade para estacionamentosO superintendente da Transalvador, Fabrizzio Muller, afirma que ainda no primeiro semestre deste ano estará pronto o estudo que vai apontar as áreas cujo estacionamento será operado pela prefeitura, com a presença de guardadores sindicalizados. “O que acontece é que a Trasalvador está com problemas de efetivo. Temos 31 viaturas, mas o ideal seria mais que o dobro. Estamos correndo para aumentar o poder de fiscalização”, disse Muller. Segundo ele, algumas áreas são prioridades, como o Comércio. “É uma confusão de carros. Na Rua da Grécia, por exemplo, tem flanelinhas que ficam com as chaves dos motoristas. Ficam com os carros dos clientes para cima e para baixo e alguns não são nem habilitados”, comenta. As ações planejadas por Muller incluem a reformulação do modelo de cobrança Zona Azul. “As mudanças vão desde o tipo de cartela, dos pontos de distribuição e vendas das cartelas, do tempo que as pessoas podem ficar nas vagas e informatização da Zona Azul com cartões pré-pagos”, lista o superintendente. Durante o Festival de Verão, custa R$ 15 parar no estacionamento do Festival de Verão, valor considerado alto por muitos motoristas. “Este valor só será cobrado em eventos como Festival de Verão e o Carnaval”, garante Muller. O titular da Transalvador fez ainda um alerta a quem entrega o carro a manobristas que estacionam em locais proibidos, como calçadas. “O proprietário será multado e pode ter o veículo rebocado”, diz. Matéria original: Correio 24h Flanelinhas temem demarcação de áreas; guardadores legais aprovam

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